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Oriente Médio

Governo sírio começa a entregar informação sobre arsenal químico

20 set 2013 - 14h16
(atualizado às 14h18)
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A Síria começou a permitir a comunidade internacional acesso à informação sobre seu arsenal químico, anunciou nesta sexta-feira a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que deve discutir nos próximos dias os detalhes para a destruição dessas armas.

A secretaria técnica da OPAQ está analisando a documentação enviada por Damasco. O porta-voz da organização não quis entrar em detalhes sobre o conteúdo do dossiê nem o tempo que será necessário para os analistas avaliarem o material.

O Conselho Executivo da organização decidiu adiar a reunião prevista para este domingo para abordar a questão síria. "Uma nova data será anunciada o mais rápido possível", disse a OPAQ em comunicado.

O encontro, que pode acontecer durante a semana, deve servir para que os 41 estados do Conselho Executivo analisem e votem a proposta que está sendo preparada pelos Estados Unidos e Rússia com os detalhes do plano para eliminar o arsenal químico sírio.

O texto serviria depois como base para uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, segundo o pacto negociado entre o secretário de estado americano, John Kerry, e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

O plano, desenhado depois que Damasco aceitasse pôr suas armas sob controle internacional para evitar uma intervenção militar, prevê o envio de inspetores internacionais à Síria para que executem uma inspeção no mais tardar em novembro.

Até o fim do ano devem ser destruídas a estrutura de produção de gases químicos, enquanto a eliminação completa das armas químicas terminaria no máximo no primeiro semestre do ano que vem.

A Rússia insistiu que a última palavra em todos esses detalhes será da OPAQ, o organismo internacional encarregado da eliminação de todo tipo de armas químicas no mundo.

A Síria, pressionada após o ataque com gás sarin do último dia 21 nos arredores de Damasco, solicitou no dia 12 de setembro a adesão à Convenção sobre Armas Químicas, e em 14 de outubro se transformará no 190º estado membro da OPAQ.

Para isso, Damasco se comprometeu a entregar um "inventário completo de suas armas químicas, instalações de produção e materiais relacionados" à organização, que se encarregará de verificar a exatidão dos dados com inspeções.

A OPAQ será responsável também por garantir a segurança do arsenal químico até sua destruição, processo para o qual vários países já ofereceram seus especialistas.

Diante dos prazos estreitos determinados por Washington e Moscou, o regime sírio advertiu esta semana que a destruição de suas armas químicas poderia levar um ano e custar até US$ 1 bilhão.

"Acho que é uma operação muito complicada, tecnicamente. E necessita de muito dinheiros. E alguns dizem que levará um ano", disse na quarta-feira em entrevista à rede de televisão americana "Fox News" o presidente Bashar al Assad.

Na mesma entrevista Assad admitiu o uso de armas químicas no país, mas atribuiu aos grupos rebeldes.

O porta-voz comunitário das Relações Exteriores, Michael Mann, espera que o pacto sobre as armas químicas permita impulsionar os contatos diplomáticos para que aconteça uma conferência de paz que possa pôr fim ao conflito sírio.

Nesse sentido, o presidente do Irã, Hassan Rohani, propôs ontem que seu governo atue como mediador no diálogo entre o governo e oposição na Síria, oferta elogiada pelo executivo alemão.

EFE   
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