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Oriente Médio

Governo britânico foi alertado sobre invasão ilegal do Iraque

24 jan 2010 - 10h57
(atualizado às 11h17)
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Os assessores legais do Ministério de Assuntos Exteriores britânico na época da invasão ao Iraque alertaram aos ministros que a ofensiva seria ilegal sem uma resolução específica da ONU, revela hoje a imprensa britânica.

Michael Wood, principal advogado do Foreign Office, e sua subalterna Elizabeth Wilmshurst - que renunciou devido a sua oposição ao conflito - prestarão depoimento na terça-feira perante a comissão independente que investiga as circunstâncias do conflito.

Na quarta e na sexta-feira, respectivamente, será a vez do procurador do Estado, Peter Goldsmith, e do então primeiro-ministro, Tony Blair.

Segundo o jornal "The Observer", Wood, que apesar de tudo permaneceu no Governo até 2006 e foi condecorado pela rainha Elizabeth II em 2004, declarará que sempre manteve a posição de que a guerra era ilegal sem uma segunda resolução da ONU que complementasse a 1.441, que oferecia ao ex-presidente iraquiano Saddam Hussein uma última oportunidade de se desarmar.

Seu testemunho, indica o jornal, confirmará que, longe de estar unido, o Governo da época estava profundamente dividido sobre a perspectiva de ir à guerra.

Wood também deu sua opinião a Goldsmith, que, durante os meses e inclusive dias anteriores à invasão, questionou a legalidade da mesma, diante da falta de outra resolução internacional.

No entanto, em uma repentina mudança de parecer, o procurador-geral acabou apoiando a ofensiva três dias antes do início, em março de 2003.

O jornal "The Independent on Sunday" antecipa que Wilmshurst insistirá nas divisões internas e demonstrará que, embora ela fosse a única funcionária que renunciou, muitos compartilhavam o desacordo em relação à invasão.

Também falará que seu chefe, Wood, insistiu a Goldsmith que a invasão, como estava colocada, era ilegal.

O ministro de Assuntos Exteriores britânico durante a guerra era Jack Straw, atual titular da Justiça, que, em sua declaração perante a comissão, disse que a decisão de atacar o Iraque tinha sido a "mais difícil" de sua vida.

Straw também afirmou que nunca foi a política do Governo britânico lançar a guerra para provocar uma mudança de regime, o que ele não teria apoiado, por ser ilegal.

EFE   
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