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Oriente Médio

Governo afegão e talibãs iniciarão conversas diretas de paz no Catar

18 jun 2013 - 11h37
(atualizado às 12h35)
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Os talibãs abrirão um gabinete em Doha, capital do Catar, e iniciarão negociações diretas de paz com o governo do Afeganistão, nas quais os Estados Unidos "desempenharão um papel", segundo anunciaram nesta terça-feira altos funcionários do Executivo americano.

O anúncio aconteceu no mesmo dia em que o presidente afegão, Hamid Karzai, informou sobre o início da transferência definitiva da responsabilidade da segurança para as forças locais. Além disso, houve uma nova demonstração de força talibã com um ataque em Cabul, que deixou três civis mortos.

"Hoje é um dia importante para os esforços em andamento encaminhados para se alcançar a paz no Afeganistão", disse por telefone um alto funcionário do governo americano.

A localização do gabinete no Catar e a data do início das conversas não foram reveladas. A participação no diálogo de Doha dos talibãs e outros grupos insurgentes está condicionada a que essas organizações "rompam seus vínculos com a Al Qaeda, ponham fim à violência e respeitem a Constituição do Afeganistão, incluídos os direitos das mulheres e das minorias", segundo os funcionários americanos.

Os funcionários admitiram que o nível de confiança entre o governo do Afeganistão e os talibãs é muito baixo e que a luta armada continua no país, por isso não há garantias de que ocorram progressos rápidos nas negociações.

Os EUA terão um papel de apoio nos diálogos de paz, mas "são negociações entre os afegãos, não conversas entre os Estados Unidos e os talibãs", explicaram as fontes.

Nos últimos anos ocorreram sem sucesso diversas iniciativas de diálogo entre o movimento fundamentalista talibã, a comunidade internacional e as autoridades afegãs.

Um processo liderado por Cabul foi seriamente afetado no final de 2011 com o assassinato em um atentado suicida do ex-presidente Burhanudin Rabbani, que liderava o Conselho de Paz afegão encarregado das negociações.

Os EUA tentaram unilateralmente no início de 2012 por meio de encontros no Catar, mas os talibãs colocaram fim a este diálogo alegando que Washington não demonstrava um compromisso sério com a questão.

EFE   
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