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Polícia

Golpista libanês preso em Curitiba pode ser financiador do Hezbollah

Delegado paranaense recebeu relatório do Departamento de Justiça americano que indicaria envolvimento de Barakat com o grupo libanês

21 mai 2013 - 17h00
(atualizado às 17h07)
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Um empresário libanês preso na semana passada em Curitiba (PR), por aplicar um golpe na indústria têxtil, pode ser um homem procurado pela polícia internacional suspeito de ser um dos financiadores do Hezbollah. Grupo político e paramilitar libanês, com atuação também no Irã e Síria, o Hezbollah é considerado uma organização terrorista por Estados Unidos, Israel, Canadá, Reino Unido e Países Baixos.

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Hamze Ahmad Barakat, 50 anos, foi preso pela Polícia Civil paranaense no dia 16 de maio, acusado de liderar um esquema milionário de fraudes em indústrias do ramo de vestuário, que agia em cinco Estados, causando um prejuízo superior a R$ 10 milhões às vítimas. Mas, logo após sua prisão, o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), responsável pela investigação, recebeu documentos da imprensa americana que confirmariam a ligação de Barakat com o Hezbollah. Segundo os documentos, o empresário seria um dos financiadores da organização.

"Logo após a prisão dele, fui procurado pelo The New York Times, que me enviou um relatório do Departamento de Justiça americano que indicaria que, entre 2004 e 2006, ele teria enviado dinheiro para o Hezbollah, que seria um líder do grupo aqui na América do Sul, cooptando outros conterrâneos a também enviar dinheiro para a organização", disse o delegado titular do Nurce, Cassiano Aufiero. "Mas não temos nada oficial e estamos tratando isso, por enquanto, apenas como um boato", acrescentou.

O delegado disse que ouviu novamente o preso, que negou qualquer ligação com o Hezbollah e alegou ter um nome muito comum no Líbano, podendo ter ocorrido confusão da imprensa americana. "Não temos nenhum documento oficial, temos a cópia de um relatório nos repassada pela imprensa, cuja origem desconhecemos. Não há nenhuma comprovação. O que temos, hoje, é um golpista preso por causar um prejuízo de mais de R$ 10 milhões em empresas de vestuário", contou, informando que, caso receba mais algum indício da participação de Barakat no Hezbollah, acionará a Polícia Federal (PF) para intermediar o contato com as polícias internacionais.

Barakat foi preso por um golpe que consistia em constituir empresas fantasmas em nome de "laranjas" para comprar, sem pagar, grandes quantidades de roupas das indústrias brasileiras que, posteriormente, eram adquiridas e vendidas em suas lojas em Curitiba. De acordo com Aufiero, o golpe atingiu muitas empresas, inclusive de outros Estados como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. "O prejuízo causado ultrapassa com facilidade os R$ 10 milhões, ocasionando a falência de 18 empresas já identificadas."

Fonte: Especial para Terra
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