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Oriente Médio

General admite que ataque a hospital da MSF foi decisão e erro dos EUA

6 out 2015 - 16h11
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O chefe das forças dos Estados Unidos no Afeganistão, o general John Campbell, admitiu nesta terça-feira que o ataque de sábado passado contra um hospital da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no qual morreram 22 pessoas, foi um "erro" e uma "decisão" da rede de comando militar americana.

"Fornecemos apoio aéreo a forças afegãs que precisam. A decisão do ataque aéreo foi uma decisão dos Estados Unidos realizada pela rede de comando americana", reconheceu o general em uma audiência no Senado americano.

"Um hospital foi atacado por erro. Nunca marcaríamos como alvo de maneira intencional uma instalação médica protegida", explicou Campbell, que não revelou outros detalhes para deixar que a investigação aberta por Washington siga seu curso.

Devido ao ataque contra o hospital da MSF, no qual morreram 12 integrantes da ONG e dez pacientes, Campbell ordenou uma revisão das regras que justificam ataques no Afeganistão.

"Para prevenir novos incidentes desse tipo, pedi a toda nossa força que realize uma revisão a fundo de todas as autorizações operacionais e as regras de ataque", comentou o general, chefe dos cerca de 10 mil militares americanos no Afeganistão.

Em entrevista à emissora "CNN", o diretor-executivo da MSF, Jason Cone, disse que, a não ser se apresentem provas, tudo indica que o ataque contra o hospital de Kunduz foi "deliberado", já que a organização havia dito diversas vezes as coordenadas do centro às autoridades de Cabul e Washington.

Perguntado sobre se o presidente americano, Barack Obama, prevê se desculpar pelo ataque, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que os Estados Unidos levam o assunto "muito a sério" e que falta saber "mais" sobre "como ocorreu exatamente".

Em relação aos relatórios de imprensa que afirmam que Obama estuda manter tropas americanas no Afeganistão em 2017 e atrasar a retirada completa, Earnest sustentou que não há nenhuma decisão tomada e que o governo analisa "vários fatores".

Segundo o porta-voz, a decisão de Obama sobre o tema será determinada pelas "condições do solo" no Afeganistão.

"Com base nas condições do solo, acredito que temos que fornecer a nossos líderes opções diferentes ao plano atual", garantiu o general Campbell aos senadores.

O general afirmou que o plano contempla uma redução do nível atual de 9,8 mil soldados a partir de maio de 2016, com a manutenção de uma força residual em 2017.

As forças afegãs, com o apoio dos Estados Unidos, continuam tentando deslocar os insurgentes talibãs, que na semana passada tomaram o controle de grande parte da cidade de Kunduz.

EFE   
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