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Oriente Médio

França: polícia acha explosivos em carro de irmão do atirador

21 mar 2012 - 10h59
(atualizado às 12h46)
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Explosivos foram encontrados no carro de um dos irmãos de Mohamed Merah, o suspeito das mortes de Toulouse e Montauban, informou uma fonte policial. O carro pertence do irmão de Merah que foi interrogado mais cedo e que, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant, estaria ligado, como Mohamed Merah, à ideologia salafiste. A natureza desses explosivos não foi informada.

Perita trabalha na cena do crime em frente à escola judaica Ozar Hatorah, em Toulese, na França. Um atirador, aparentemente em uma motocicleta, abriu foto no local e matou quatro pessoas, um adulto e três crianças
Perita trabalha na cena do crime em frente à escola judaica Ozar Hatorah, em Toulese, na França. Um atirador, aparentemente em uma motocicleta, abriu foto no local e matou quatro pessoas, um adulto e três crianças
Foto: AFP

A polícia ainda está realizando revistas na casa da mãe e do irmão de Merah. A mãe do suspeito dos massacres Toulouse e Montauban, seu irmão e a companheira deste foram detidos nesta quarta-feira como parte da investigação dos três ataques, informaram fontes judiciais.

As detenções para investigação, que segundo a lei francesa podem durar até quatro dias em casos de terrorismo, aconteceram na manhã desta quarta-feira. O ministro do Interior, Claude Guéant, que acompanha o caso pessoalmente, afirmou que são detenções por precaução.

Série de ataques

No dia 11 de março, um homem matou um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha - matando dois e ferindo um gravemente.

As autoridades francesas deflagraram na terça-feira uma corrida contra o relógio para deter o assassino, a partir de informações preliminares obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março. Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.

No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido. A cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado.

No início da operação desta quarta-feira, três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas.

O suspeito

Fontes ligadas à investigação afirmaram que o suspeito é Mohammed Merah, de nacionalidade francesa e de origem argelina. Ele já teria sido detido em Kandahar, reduto dos talibãs no Afeganistão, por crimes comuns, segundo outra fonte ligada ao caso.

Segundo Guéant, o homem cercado pela polícia "tem vínculos com salafistas e jihadistas e viajou ao Paquistão e ao Afeganistão". "Ele afirma pertencer à Al-Qaeda e que quer vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês", diz o ministro. O irmão e a irmã do jovem participavam do mesmo movimento, mas são menos violentos e não viajaram à fronteira entre Paquistão e Afeganistão.

"A polícia está certa de que ele é o autor do massacre: um jovem de 23 anos conhecido pelos serviços de informação franceses, que comprovaram seu envolvimento na série de assassinatos em Toulouse", destacou o ministro.

O suspeito "faz parte deste pessoal que volta das zonas de combate e que sempre é fonte de preocupação para os serviços de inteligência", revelou uma fonte ligada à investigação. O ministro Guéant afirmou que o homem era investigado pela inteligência francesa há "vários anos".

Os serviços de informação ocidentais estavam em alerta sobre uma dezena de jovens procedentes das zonas conflitivas da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, incluindo alguns que seguiram para a França. O jovem era investigado pela DCRI (Direção Central de Informação Interna), junto a outros, desde os primeiros ataques, em Toulouse e Montauban.

Guéant confirmou que o suspeito foi encontrado graças à internet e às conexões que manteve com sua primeira vítima, um soldado que postara uma mensagem na rede para vender uma motocicleta. A emissora de televisão francesa BFM indicou que o jovem utilizou o computador de seu irmão para entrar em contato com o militar. Guéant, por sua vez, assinalou que o irmão foi detido na madrugada desta quarta-feira.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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