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Oriente Médio

Forças sírias matam 20, e ação da Liga Árabe é solicitada

11 nov 2011 - 18h29
(atualizado às 18h44)
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Forças de segurança sírias mataram 20 pessoas nesta sexta-feira, e os manifestantes apelaram à Liga Árabe para que suspenda a filiação da Síria, em resposta à violência contínua, disseram ativistas.

Ativistas locais em Homs, que sofreu o maior número de mortes de qualquer província síria desde o início do levante contra o presidente Bashar al-Assad, em março, relataram que as forças de segurança mataram nove civis e um soldado desertor.

As outras vítimas fatais estão em Hama, a cidade antiga de Busra al-Sham no sul de Hauran Plain e no norte da província de Idlib, disseram eles.

"O povo quer que a adesão (da Síria) seja suspensa", gritou a multidão em um comício no distrito de Deir Baalba, em Homs, apelando para que a Liga Árabe, formada por 22 membros países, aja contra Damasco quando se reunir no Cairo no sábado.

Apenas em Homs, forças de segurança sírias mataram mais de 100 pessoas desde que há nove dias a Síria concordou com uma iniciativa da Liga Árabe para pôr fim à violência, mostrou um relatório da entidade Observatório de Direitos Humanos nesta sexta-feira.

"A natureza sistemática dos abusos contra civis em Homs pelas forças do governo sírio, incluindo tortura e assassinatos ilegais, constituem crimes contra a humanidade", disse o grupo.

O grupo pediu que a Liga Árabe suspendesse a Síria, solicitasse às Nações Unidas que imponham sanções sobre os responsáveis pela violência, e encaminhasse o país ao Tribunal Penal Internacional.

A ONU diz que 3.500 pessoas foram mortas na repressão de Assad aos protestos inspirados pelos levantes que derrubaram autocratas no Egito, Líbia e Tunísia.

Autoridades sírias, que barraram do país a maior parte da mídia estrangeiras, culpam grupos armados pela violência e afirmam que 1.100 membros das forças de segurança foram mortos.

Além dos protestos principalmente pacíficos, houve aumento dos ataques às forças de segurança por parte de desertores do Exército. Ativistas disseram que pelo menos 30 civis e 26 soldados foram mortos na quinta-feira, e o número de mortes por dia este mês é um dos mais altos desde o início do levante.

Nações árabes permanecem amplamente divididas sobre como lidar com a repressão da Síria contra manifestantes depois que o acordo de paz proposto pela Liga não conseguiu conter a violência. É pouco provável que a reunião no sábado vá surtir efeito.

Vários países se opõem a impor séria pressão sobre Assad e parece improvável que ministros das Relações Exteriores suspendam a filiação da Síria na reunião de sábado no Cairo, afirmam autoridades que devem participar do encontro.

A Arábia Saudita lidera um grupo de países do Golfo, incluindo Catar, Omã e Barein, que estão prontos para aumentar a pressão sobre Assad, um aliado do rival Irã.

Diplomatas afirmam que eles enfrentam oposição de países como Iêmen, Líbano e Argélia, vistos como os que têm mais simpatia por Assad e preocupados com a mensagem que qualquer intervenção na Síria enviaria para sua própria população insatisfeita.

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