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Oriente Médio

Força aérea síria bombardeia bairro de Homs; Al-Qaeda reivindica ataque

11 mar 2013 - 17h43
(atualizado às 19h37)
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A força aérea síria bombardeou nesta segunda-feira o bairro de Baba Amr na cidade de Homs, respondendo a um novo ataque rebelde, e em Damasco três pessoas morreram vítimas de morteiros.

No plano diplomático, um líder da oposição síria, Haytham al-Mana, se reuniu nesta segunda-feira em Moscou com o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, para tentar reorientar o apoio da Rússia ao regime de Assad.

Um ano depois de o Exército tomar Baba Amr, os rebeles surpreenderam na madrugada de domingo o regime ao atacar esse bairro da cidade de Homs, segundo anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"O Exército tentará a todo custo expulsar os rebeldes, mesmo que destrua completamente o bairro", disse Abdel Rahman, presidente do OSDH. "Ele fará isso para dar ânimo (ao Exército), porque o bairro de Baba Amr é um símbolo conhecido nos meios internacionais", declarou.

O jornal Al-Watan, ligado ao regime, indicou nesta segunda que "o Exército frustrou uma tentativa de infiltração em Baba Amr".

A cidade de Homs, conhecida como "a capital da Revolução", está controlada em 80% pelo Exército, que lançou há alguns dias uma violenta ofensiva contra os redutos rebeldes de Khaldiye e da parte velha de Homs, assediados há oito meses.

Pelo menos três pessoas morreram e 28 ficaram feridas nesta segunda-feira em um ataque com morteiros em um bairro do sur de Damasco, indicou a agência oficial síria Sana.

A Sana acrescentou que outro morteiro caiu no bairro vizinho de Bab Sharqui, causando mortos e danos materiais.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos indicou "a queda de vários morteiros na rua dos Armênios, no bairro de Bab Sharqui, que feriram com gravidade várias pessoas".

Enquanto isso, o Estado Islâmico no Iraque (ISI), braço da Al-Qaeda, reivindicou o ataque no qual morreram 48 soldados sírios e nove guardas iraquianos na semana passada em território iraquiano.

Os soldados sírios tinham se refugiado no Iraque fugindo dos combates contra os rebeldes em território sírio.

De acordo com o OSDH, pelo menos 43 pessoas morreram nesta segunda vítimas da violência em todo o país, e 175 no domingo.

Segundo a ONU, mais de 70.000 pessoas morream desde 15 de março de 2011, quando teve início a rebelião contra o regime do presidente Bashar al-Assad, que depois se transformou em uma guerra civil.

Enquanto os rebeldes pedem armas para enfrentar com mais eficácia o Exército sírio, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se mostraram novamente divididos sobre a questão durante uma reunião em Bruxelas.

Os ministros reafirmaram que a prioridade é encontrar uma solução política.

De acordo com um relatório da ONU apresentado no Conselho de Direitos Humanos, Damasco estaria recorrendo a milícias para praticar massacres que "às vezes ganharam conotação interconfessional". A maioria dos rebeldes é de muçulmanos sunitas, enquanto que o poder é dominado pelos alauítas, uma corrente do Islã xiita.

Após a apresentação do informe, a Suíça patrocinou um documento, publicado nesta segunda em Genebra, no qual pede que o Conselho de Segurança da ONU leve a questão síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga crimes de guerra e contra a Humanidade.

o Brasil ainda não se posicionou a respeito dessa iniciativa.

Em um comunicado divulgado pela imprensa síria, a autoridade sunita mais importante da Síria lançou um apelo para que o povo sírio apoie as forças armadas "com o objetivo de defender a pátria".

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo opositor, considerou que se trata de um "pedido de ajuda do regime sírio".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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