Fatah reúne multidão de palestinos em Gaza
O Fatah reuniu milhares de palestinos em Gaza nesta sexta-feira em ocasião de seu 48º aniversário, uma demonstração sem precedentes de força do partido do presidente Mahmud Abbas neste território desde que foi expulso pelo Hamas em 2007.
Fatah e Hamas, que governam a Cisjordânia e Gaza respectivamente, afirmaram ver na realização desta manifestação um passo para a reunificação dos dois territórios sob uma única autoridade, como previa o acordo de reconciliação assinado em 2011 e que foi adiado muitas vezes.
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Esta é a primeira vez que o Hamas permite que o Fatah realize tais celebrações desde os confrontos sangrentos em junho de 2007, durante os quais o movimento islâmico tomou o poder em Gaza. Celebrações não autorizadas em 31 dezembro de 2007 resultaram na morte de sete pessoas.
"A vitória está próxima e vamos nos reunir em Gaza, em um futuro próximo", disse Abbas a partir de Ramallah, na Cisjordânia, em um breve discurso transmitido em telões no local do antigo quartel-general em Gaza onde a multidão se reuniu.
"Gaza é o primeiro território palestino livre da ocupação e da colonização e nós expressamos o nosso desejo de torná-lo livre e ligado ao restante da nação", acrescentou, referindo-se à retirada unilateral de Israel, em 2005, e mencionando os nomes dos "mártires", inclusive vários líderes do Fatah e do Hamas mortos pelo Exército israelense.
"Centenas de milhares de pessoas participam da festa popular, que é um plebiscito para afirmar que o Fatah é o pioneiro da luta palestina", declarou à AFP Fayez Abu Eita, porta-voz do Fatah em Gaza, no início das comemorações.
Os discursos de um líder do Fatah, Nabil Shaath, e de outro do Hamas, Rawhi Mouchtaha, foram cancelados por causa da multidão, segundo ele.
Os participantes, incluindo muitas mulheres e crianças, agitavam as bandeiras amarelas do movimento, ao lado de bandeiras palestinas e de outras formações. Acima da multidão pairavam balões nas cores da bandeira palestina, com imagens de Abbas.
O Hamas parabenizou o Fatah por este aniversário, que ele "considera como uma celebração da unidade nacional", acrescentando que "este ambiente é um passo positivo para a restauração da unidade nacional".
Ayman Barbakh, de 24 anos, disse que espera que seja este "o início da verdadeira unidade e reconciliação, porque o povo palestino já sofreu o suficiente".
"Nós, partidários do Fatah, esperávamos por este momentos há seis anos", declarou Sabrine Srour, outra participante.
Na euforia, um jovem que tentava amarrar a bandeira do Fatah em um poste de eletricidade foi morto e sete outros ficaram feridos eletrocutados, de acordo com fontes médicas.
Entre os participantes, alguns carregavam retratos e até mesmo gritavam palavras de ordem em favor do ex-homem forte do Fatah em Gaza, Mohammed Dahlan, excluído do movimento e injuriado pelo Hamas.
Desde segunda-feira, milhares de partidários do Fatah estão reunidos em Gaza, com bandeiras e imagens do líder histórico Yasser Arafat.
Abbas havia lançado as celebrações em Ramallah, prometendo que 2013 será o ano da criação de um Estado palestino independente.
O Fatah comemora seu aniversário no 1º dia de janeiro para lembrar a primeira operação de guerrilha contra Israel, reivindicada em 1º de janeiro de 1965 por seu braço armado Al-Assifa ("Tempestade" em árabe).
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