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Oriente Médio

Explosões em Bagdá matam ao menos 16 e agravam tensões sectárias

30 mai 2013 - 13h04
(atualizado às 13h05)
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Pelo menos sete explosões atingiram bairros xiitas e sunitas de Bagdá na quinta-feira, matando ao menos 16 pessoas e agravando a tensão sectária no Iraque.

A atual onda de violência --a pior em cinco anos no país-- é motivada pela sensação de discriminação que muitos membros da minoria sunita dizem sofrer por parte do governo, dominado pela maioria xiita. A guerra civil na vizinha Síria também contribui para envenenar o ambiente, e combatentes dos dois grupos religiosos já cruzaram a fronteira para combater em lados opostos no conflito sírio.

Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados de quinta-feira, mas insurgentes sunitas e a ala iraquiana da Al Qaeda vêm intensificando suas operações desde o começo do ano, como parte de uma campanha para exacerbar as tensões sectárias.

Um carro-bomba explodiu no bairro sunita de Binoog, no norte de Bagdá, matando pelo menos quatro pessoas. Ao longo da quinta-feira, seis outras bombas mataram 12 pessoas em bairros da capital, segundo a polícia. Áreas sunitas e xiitas foram atingidas.

Outras sete pessoas, inclusive três policiais, morreram em confrontos entre pistoleiros e forças de segurança na cidade de Mosul (norte), segundo autoridades. Mais de mil pessoas já morreram em incidentes no Iraque desde abril, quando forças do governo desmantelaram um acampamento de manifestantes sunitas em Hawija (norte), irritando líderes sunitas e desencadeando confrontos que se espalharam por todo o país. A situação gera temores de que o país volte à situação de 2006/07, quando milhares de pessoas morreram em confrontos sectários.

Milhares de sunitas protestam semanalmente desde dezembro nas ruas das províncias do oeste iraquiano, e o governo --dividido entre xiitas, sunitas e curdos-- está envolvido em disputas a respeito de como partilhar o poder.

Muitos sunitas acusam o primeiro-ministro Nuri al Maliki, xiita, de isolar os sunitas para fortalecer o poder dos xiitas. Líderes xiitas alegam que muitos líderes sunitas estão empenhados em solapar os acordos de partilha de poder.

As tentativas de solucionar a crise esbarram também nas profundas divisões entre os líderes políticos sunitas. Sunitas moderados, favoráveis a negociações com os xiitas, às vezes são atacados por radicais que querem a saída de Maliki.

Na quinta-feira, os governadores sunitas das províncias de Anbar e Salahuddin foram alvos de atentados com carros-bombas, mas sobreviveram ilesos. Ambos vêm cooperando com Maliki para tentar aplacar a insatisfação sunita.

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