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Oriente Médio

Exército sírio penetra em importante posição rebelde

25 mai 2013 - 13h04
(atualizado às 14h12)
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O Exército sírio anunciou ter penetrado neste sábado no aeroporto militar de Dabaa, posição rebelde importante ao norte de Qousseir, uma semana depois do início de sua ofensiva conjunta com o Hezbollah contra essa cidade estratégica.

No âmbito diplomático, autoridades americanas, russas e francesas se reunirão na segunda em Paris para preparar a conferência internacional visando a reunir em Genebra representantes do regime e da oposição, que se mostrou reticente durante uma reunião em Istambul.

"O Exército sírio entrou no aeroporto de Dabaa pelo noroeste, depois de ter derrubado a linha de defesa dos rebeldes. Os combates são travados lá dentro", declarou uma fonte militar.

Este velho aeroporto está a 6 quilômetros de Qousseir, na única estrada ao norte da cidade. De acordo com militantes, as forças especiais do Exército e o Hezbollah efetuam o ataque.

Em sua página no Facebook, o militante Hadi al-Abbdallah, que está na cidade, lançou um apelo desesperado. "Meu Deus, Qousseir está destruída e em cinzas. Centenas de morteiros e mísseis caem na cidade".

O Tansikiyat (comitê de coordenação no terreno) de Qousseir pediu ajuda, também no Facebook. "Ajudem-nos, enviem dinheiro, alimentos e medicamentos".

"Os combates e bombardeios em Qousseir são os mais violentos desde o início da ofensiva", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que se baseia em uma ampla rede de militantes e em fontes médicas em todo o país.

"Qousseir e as regiões rebeldes ao norte da cidade, como Hamidiyé, Dabaa e Aarjun, sofreram intensos bombardeios efetuados por forças do regime, que usam mísseis terra-terra", explicou Rahman, indicando que ao menos 18 rebeldes e dois civis foram mortos neste sábado na cidade.

Em uma mensagem, o líder interino da oposição síria, George Sabra, declarou em Istambul: "Milhares de iranianos e seus colaboradores terroristas do Hezbollah invadiram a Síria".

Para Ghassan al-Azzi, professor de Ciência Política na Universidade do Líbano, "os iranianos pediram ao Hezbollah que lutasse nesta guerra que deve definir o futuro da aliança entre o Irã e a Síria e, talvez, o de toda a região".

"O Hezbollah fez isso, embora possa comprometer a sua imagem no Líbano e no mundo árabe", acrescentou. O movimento xiita mobilizou 1.700 homens para a batalha de Qousseir, segundo uma fonte ligada à organização.

O controle da cidade de Qousseir é fundamental para os rebeldes, pois esta cidade de 25.000 habitantes está localizada no principal ponto de passagem dos combatentes e armas vindos do Líbano. A cidade também é estratégica para o regime, por estar situada entre Damasco e o litoral, sua retaguarda.

Além disso, os Estados Unidos expressaram preocupação na sexta-feira com a possibilidade de o Líbano ser envolvido no conflito sírio, após a onda de violência entre partidários e opositores ao regime sírio em Trípoli (norte do Líbano).

Esses combates deixaram pelo menos 28 mortos em seis dias.

Mesmo que o regime tenha concordado em participar da conferência internacional de paz "Genebra 2", como indica a Rússia, a oposição se mantém hesitante em se comprometer em negociações enquanto estiver em posição inferior no terreno.

Ela se encontra ainda dividida em razão da guerra de influência entre as potências regionais, tendo, de um lado, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que querem ampliar a coalizão para reduzir a influência da Irmandade Muçulmana, e, do outro, a Turquia e o Catar, que apoiam a confraria islamita.

A Coalizão Opositora síria exigiu na sexta-feira em Istambul "gestos de boa vontade" do regime de Bashar al-Assad.

"Nós queremos ter a certeza de que quando entrarmos em negociação, o derramamento de sangue acabará na Síria", declarou o porta-voz da Coalizão, Khaled Saleh.

Apesar disso, os preparativos para a conferência internacional são mantidos. O secretário de Estado americano, John Kerry, e o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, se reunirão na segunda-feira em Paris com seu homólogo russo Serguei Lavrov para abordá-la.

Durante um "jantar de trabalho", eles discutirão como será organizada a conferência proposta por Washington e Moscou.

Também na segunda, o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE deve se pronunciar sobre uma retirada do embargo às armas destinadas à oposição síria. Vários países, como a Suécia e a Áustria, se opõem ferrenhamente a essa iniciativa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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