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Oriente Médio

Exército israelense declara guerra às barbas

27 jun 2015 - 08h59
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O exército de Israel aprovou uma lei que reduz as permissões para que os militares deixem crescer a barba, benefício que agora só será dado em circunstâncias excepcionais e fundamentalmente por motivos religiosos ou de saúde.

Um grupo de soldados barbados está se preparando para levar a batalha aos tribunais, informou o jornal israelense "Ha'aretz" neste sábado.

Até agora a permissão para usar barba era concedia para o tenente-coronel da unidade, uma vez completado o período inicial de treinamento.

Com a nova norma, no entanto, um coronel deverá autorizar a escolha estética, que só será tolerada em casos excepcionais.

O advogado Lior Shtelzer, que representa vários soldados que têm permissão para usar barba por razões que não são nem médicas nem religiosas, pediu ontem ao diretor de pessoal do exército a revogação da legislação, argumentando que ela representa uma discriminação por motivos religiosos e, portanto, é ilegal.

"Usar barba não influencia na disciplina militar no caso dos soldados religiosos e, portanto, deve se assumir que o mesmo acontece no caso dos não religiosos", assegurou.

"O Supremo sentenciou há 18 anos que a barba de uma pessoa é parte de sua identidade e honra, inclusive quando não é religiosa, e portanto não se pode discriminar entre uma pessoa que deixa barba porque tem um estilo de vida religioso e por outros motivos", afirmou.

Muitos ultra-ortodoxos judeus deixam a barba crescer por uma interpretação rabínica do livro Levítico, em 19.27, que estabelece: "Não cortarás categoricamente as extremidades de vossas cabeças, nem danificarás a ponta de tua barba".

A Mishná (compilação de leis judaicas de tradição oral) interpreta esta indicação como a proibição de se tirar a barba, especialmente para os sacerdotes.

Os defensores das barbas no exército abriram uma página no Facebook que encheram de fotografias (reais e falsas) com soldados (homens e mulheres) com barbas, exigindo o respeito à "livre vontade".

O serviço militar em Israel é obrigatório por três anos para os homens e dois para as mulheres. Em seguida ambos vão para a reserva e são convocados várias vezes ao ano durante o resto de sua vida adulta.

Nas ruas israelenses se vê frequentemente uma interpretação muito livre da estrita uniformidade que costuma reger um exército e é fácil ver soldados com bolsas ou mochilas de cores fortes, acessórios, sandálias ou outros tipos de calçados que não fazem parte do uniforme oficial.

EFE   
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