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Oriente Médio

Exército de Israel acusa regime sírio de utilizar armas químicas

23 abr 2013 - 12h07
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Um funcionário da inteligência militar israelense acusou nesta terça-feira o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, de utilizar armas químicas na guerra contra os rebeldes.

"Assad utiliza armas químicas na Síria", afirmou o general Itai Brun, chefe do setor de investigação e análise do departamento de inteligência militar do exército israelense, em declarações durante uma conferência internacional sobre segurança.

Estas declarações ocorrem no mesmo dia em que o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, terminava uma visita de três dias a Israel e viajava à Jordânia.

"Até onde sabemos em função de nossas capacidades, o regime utilizou armas químicas mortais contra os rebeldes em uma série de incidentes ocorridos nos últimos meses", disse o general israelense, cuja declaração foi divulgada pela conta oficial do Twitter do exército de seu país.

"As pupilas que se contraem, a saliva que sai da boca e outros sinais que vimos demonstram o uso de armas químicas mortais", afirmou o general Brun.

"Que armas químicas? Aparentemente sarin", acrescentou o general israelense.

Um porta-voz do Pentágono reagiu afirmando que os "Estados Unidos continuam estudando as informações sobre a utilização de armas químicas na Síria" e advertiu que a utilização de tais armas seria inaceitável.

"Lembramos com a maior força as obrigações do regime sírio de colocar em um local seguro suas reservas de armas químicas, e de não utilizá-las ou entregá-las a grupos terroristas como o Hezbollah" xiita libanês, aliado do regime de Bashar al-Assad, acrescentou.

As agências de inteligência americanas investigam o possível uso de armas químicas por parte do regime sírio contra os rebeldes, como suspeitam alguns países europeus, declarou há alguns dias um funcionário americano.

Algumas informações sobre o possível uso de um agente químico muito suspeito nos recentes combates na Síria estão sendo examinadas pelos serviços de espionagem, mas até o momento nada foi concluído, explicou à AFP este funcionário, que pediu o anonimato.

É possível que armas químicas tenham sido utilizadas de forma limitada e muito localizada, e não em grande escala, acrescentou.

Na ONU, no entanto, alguns diplomatas afirmaram que os países ocidentais tinham prova sólidas de que armas químicas foram utilizadas ao menos uma vez no conflito sírio, algo de que o regime e a rebelião se acusam mutuamente.

Segundo o Washington Post e a revista Foreign Policy, a França e o Reino Unido informaram ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que a análise do solo, além de entrevistas com várias testemunhas e com rebeldes demonstram que foram utilizados agentes neurotóxicos dentro e em torno de Aleppo (norte), Homs (centro) e possivelmente em Damasco.

No dia 30 de janeiro, fontes sírias informaram sobre um bombardeio contra um centro militar de Damasco, cuja autoria foi atribuída por autoridades de segurança regionais a Israel.

Segundo uma autoridade americana, o bombardeio ocorreu em uma zona do subúrbio de Damasco e seu alvo eram veículos carregados com mísseis terra-ar que Israel suspeita que eram destinados ao Hezbollah.

Os aviões também bombardearam um complexo militar adjacente suspeito de abrigar agentes químicos, de acordo com esta fonte.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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