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Oriente Médio

EUA retiram funcionários de embaixada no Iêmen por medo de atentados

6 ago 2013 - 13h28
(atualizado às 13h39)
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Os Estados Unidos retiraram nesta terça-feira 75 funcionários de sua embaixada em Sanaa e convocaram todos os seus cidadãos a deixar imediatamente o Iêmen, no âmbito de um alerta global provocado pela interceptação de instruções dadas pelo chefe da Al-Qaeda para cometer atentados.

Cerca de 75 funcionários da embaixada dos Estados Unidos no Iêmen foram retirados na manhã desta terça-feira a bordo de um avião militar americano, disse à AFP um funcionário de alto escalão que pediu o anonimato.

A aeronave, acompanhada de outra que cumpria funções de apoio, decolou em direção à base americana de Ramstein (Alemanha), segundo o funcionário.

O Departamento de Estado, que há dois dias mantém fechadas dezenas de missões diplomáticas no Oriente Médio e na África, ordenou que todos os seus funcionários diplomáticos não essenciais do Iêmen deixem o país, poucas horas após um ataque com drone que matou quatro militantes da Al-Qaeda no país.

Por sua vez, o porta-voz do Pentágono, George Little, disse que "o Departamento de Defesa segue mantendo funcionários em terra para apoiar o Departamento de Estado e monitorar a situação em matéria de segurança".

Os meios de comunicação americanos afirmaram que o nível de alerta foi disparado devido à interceptação na semana passada de mensagens eletrônicas entre o chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e o líder da rede islamita na Península Arábica (cuja sede encontra-se no Iêmen), Nasser al-Wuhayshi.

Segundo a edição de segunda-feira do New York Times, Al-Zawahiri ordenava nestas mensagens a organização de atentados a partir de domingo passado.

Mas segundo a rede de televisão CNN, Al-Zawahiri ordenou que Al-Wuhayshi fizesse algo e isso foi interpretado pelas autoridades americanas e iemenitas como um sinal de atentado iminente.

Como consequência, o Departamento de Estado ordenou o fechamento de 25 embaixadas no domingo e indicou posteriormente que 19 delas prolongarão o fechamento até 10 de agosto.

A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) é considerada o braço com a maior capacidade operacional da organização, que nos últimos anos sofreu duros golpes em seus núcleos históricos de Afeganistão e Paquistão.

A AQPA tentou inclusive cometer atentados nos Estados Unidos, como em 2009, quando quis enviar um passageiro de um avião comercial com explosivos e tentou esconder bombas em material de impressão enviado em aviões de carga.

Washington realizou, por sua vez, dezenas de ataques com drones (aviões teleguiados) nas vastas zonas do Iêmen que escapam ao controle governamental e que servem de base ao grupo islamita.

Um bombardeio de drone matou nesta terça-feira quatro homens que viajavam em um veículo na região de Marib, a leste de Sanaa, indicou à AFP uma fonte da tribo local.

A agência oficial do Iêmen, Saba, confirmou a operação.

Um dos falecidos figurava em uma lista de 25 pessoas apontadas pelas autoridades iemenitas como membros da Al-Qaeda suspeitos de preparar atentados coincidindo com o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã, no fim desta semana.

Até agora não está claro se a ordem do Departamento de Estado de retirar todo o pessoal diplomático não essencial está vinculada a esta operação.

Outros países ocidentais, como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Noruega, também fecharam suas missões diplomáticas na região.

Embora Washington já tenha ordenado em outras ocasiões o fechamento de embaixadas devido ao risco de atentados, estima-se que nunca esta decisão teve tal amplitude.

Na semana passada, o Departamento de Estado advertiu aos cidadãos americanos sobre o risco de "ataques terroristas em sistemas de transporte público e outras infraestruturas turísticas".

No domingo passado, a Interpol lançou um alerta mundial relacionado à fuga em julho de "centenas de terroristas e outros criminosos" de prisões de nove países, entre eles Líbia, Iraque e Paquistão.

Os programas da Agência de Segurança Nacional (NSA) encontram-se sob os olhares da opinião americana e mundial depois que o ex-analista Edward Snowden revelou a existência de um gigantesco programa de vigilância de comunicações na internet.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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