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Oriente Médio

EUA dizem que doações para Estado Islâmico estão em queda

Emirados Árabes Unidos, Catar, Arábia Saudita e outros estados de tendência sunita foram acusados de permitirem que fossem feitas doações a extremistas na Síria, mas os países negam as alegações

2 mar 2015 - 20h37
(atualizado às 21h00)
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Doações para os extremistas em países islâmicos estão em franca queda
Foto: AP

Doações ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) diminuíram drasticamente após a série de execuções brutais no Oriente Médio que chocaram a opinião pública - informou o chefe da inteligência dos EUA nesta segunda-feira.

"Acredito que há um vento de mudança no Oriente Médio", disse James Clapper, diretor de Inteligência Nacional, em alusão à percepção do grupo EI na região.

"Não vai acontecer do dia pra noite. Mas eu acho que essas brutalidades divulgadas pelo EI, decapitações, imolações e coisas do gênero, tiveram um impacto negativo no Oriente Médio", afirmou Clapper, durante evento organização pelo Conselho de Relações Exteriores, em Nova York.

Como resultado, doações para os extremistas em países islâmicos estão em franca queda, segundo Clapper. "Houve um grande declínio".

EI sequestra cristãos assírios e famílias fogem do país:

Mas o diretor acrescentou que doações privadas representam "menos de 1%" da renda do grupo, formada em sua maior parte pelo dinheiro que vem de assaltos a bancos, extorsões e roubo de petróleo em áreas controladas pelo EI.

Os Emirados Árabes Unidos, o Catar, a Arábia Saudita e outros estados de tendência sunita foram acusados de permitirem que fossem feitas doações a extremistas na Síria, mas os países negam as alegações.

O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, teve que pedir desculpas à Turquia e à Arábia Saudita no ano passado após ter sugerido que os governos enviaram dinheiro e armamentos para militantes sunitas que lutam ao lado do regime sírio.

Clapper também afirmou que o grupo EI faz uso de propaganda ideológica e que uma "contra-narrativa" é necessária para vencer os jihadistas.

O conflito seria definido, em última instância, conquistando "corações e mentes" e "uma contra-narrativa que começa com educação", disse.

O chefe da inteligência dos Estados Unidos manifestou sua preocupação com o recrutamento de militantes para o EI entre os inúmeros refugiados que fugiram do conflito na Síria.

Milhões de refugiados sírios se firmaram nas vizinhas Jordânia, Turquia e Líbano, e vivem majoritariamente em condições precárias, lembrou Clapper.

Carrasco britânico do EI, "Jihadista John" é identificado :

A massa de refugiados criaria, segundo ele, um "ambiente para recrutamento" de voluntários para o EI. "Essa é uma grande preocupação que eu tenho".

Os comentários do representante vêm após o alerta feito pela ONU na semana passada, de que a crise de refugiados na Síria está chegando num "momento perigoso".

Quase 12 milhões de pessoas estão deslocadas pelos quatro anos de guerra civil na Síria, incluindo 3,8 milhões que fugiram para países vizinhos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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