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Oriente Médio

EUA decidiram fechar embaixadas após interceptar conversas da Al-Qaeda

4 ago 2013 - 18h28
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A decisão dos Estados Unidos de fechar a maior parte de suas embaixadas em países árabes neste domingo foi consequência da interceptação de conversas telefônicas de líderes da Al-Qaeda sobre operações relativas à realização de um ataque de grande magnitude, informaram parlamentares americanos.

"Há uma importante e crescente ameaça e nós estamos reagindo a ela", afirmou o general Martin Dempsey, chefe das Forças Armadas dos Estados Unidos em entrevista à rede de televisão ABC.

Dempsey disse que as localizações específicas e os objetivos dos ataques eram desconhecidos, mas sabiam da vontade de "atacar interesses ocidentais, não somente interesses americanos".

Pelo menos 25 embaixadas e consulados dos Estados Unidos foram fechados neste domingo, a maior parte no Oriente Médio e no Magreb, em resposta a uma possível ameaça.

Além disso, Washington prolongou neste domingo o fechamento de algumas de suas representações até 10 de agosto e incluiu novas missões nesta decisão.

O democrata Dutch Ruppersberger, que faz parte do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, disse à ABC que a Al-Qaeda estava concentrada em preparativos para um ataque.

Ruppersberger disse que os Estados Unidos conseguiram esta informação porque "a cúpula da Al-Qaeda na península da Arábia fez referência a um ataque de grande porte".

A ABC News, citando um funcionário não identificado do governo americano, afirmou que é grande a preocupação de que a Al-Qaeda consiga realizar um ataque suicida com bombas implantadas cirurgicamente em uma pessoa, com o objetivo de evitar os controles de segurança.

O presidente do Comitê de Segurança Interna da Câmara dos Representantes, Michael McCaul, declarou, por sua vez, que os Estados Unidos estão em alerta diante do que chamou de "talvez uma das piores ameaças concretas e específicas desde o 11 de setembro".

McCaul disse ainda que o ataque parecia ser iminente, possivelmente para coincidir com a última noite do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.

A ameaça ocorre no momento em que milhares de acusados de terrorismo fugiram de prisões no Iraque, na Líbia e no Paquistão, acrescentou o político.

Nos Estados Unidos, o momento atual também é de debate sobre os programas de monitoramento das redes de comunicação da Agência Nacional de Segurança (NSA), descobertos depois que o ex-técnico da inteligência Edward Snowden vazou as informações para a imprensa.

Os políticos americanos que apoiam os programas de vigilância da NSA se apressaram em destacar o papel das interceptações eletrônicas na detecção de ameaças, enquanto rejeitam a ideia de que as ameaças são uma cortina de fumaça para tirar o foco da espionagem americana.

O representante republicano Peter King, membro do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, disse que a informação sobre os ataques é muito especifica, incluindo os métodos que seriam utilizados e também algumas datas.

Por sua vez, Saxby Chambliss, membro do Comitê de Inteligência do Senado, comparou estas informações às advertências recebidas pelas autoridades antes dos ataques do 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

"O que temos ouvido são alguns detalhes sobre o que seria feito e que algumas pessoas estão fazendo planos como ocorreu antes do 11 de setembro de 2001", disse Chambliss à rede de televisão NBC.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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