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Oriente Médio

EUA advertem o Irã por apoio aos rebeldes no Iêmen

9 abr 2015 - 12h37
(atualizado às 12h37)
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O governo dos Estados Unidos advertiu nesta quinta-feira contra as tentativas de desestabilização da península arábica pelo Irã, que, por sua vez, pediu à Arábia Saudita - apoiada por Washington - o fim dos "atos criminosos" no Iêmen.

Os combates prosseguiam no país no 15º dia dos bombardeios aéreos da coalizão árabe-sunita liderada por Riad contra os rebeldes xiitas, que são apoiados por Teerã.

Os aviões da coalizão bombardearam o ministério da Defesa na capital Sanaa, controlada pelos rebeldes xiitas. Três fortes explosões foram ouvidas no local.

O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que Washington sabe que o Irã fornece armas aos rebeldes xiitas no Iêmen, onde assumiram o controle da capital Sanaa e de várias regiões do norte, oeste e centro, antes de seguir atualmente para o sul.

"O Irã deve saber que os Estados Unidos não permanecerão de braços cruzados no momento em que a região está desestabilizada, e que acontece uma guerra aberta através das fronteiras internacionais de outros países", declarou Kerry.

"Aconteceram, e acontecem evidentemente, voos procedentes do Irã. A cada semana, há voos do Irã, os localizamos, sabemos", afirmou.

Ao mesmo tempo, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, denunciou violentamente nesta quinta-feira os ataques lançados pela coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes do Iêmen e pediu o fim dos "atos criminosos".

"Esta ação na região é inaceitável", declarou o número um iraniano.

"Devem cessar seus atos criminosos no Iêmen (...) O governo saudita deve deter o quanto antes os crimes catastróficos", acrescentou.

Mais cedo, o presidente iraniano, Hassan Rohani, denunciou os ataques aéreos no Iêmen que matam, segundo ele, "crianças inocentes", mas sem mencionar a Arábia Saudita.

"Não matem crianças inocentes. Um grande povo como o do Iêmen não se renderá com bombardeios", disse Rohani, em uma declaração para os "países da região".

"Todos devem pensar no fim da guerra, no cessar-fogo e na ajuda humanitária neste país", disse.

O Unicef voltou a expressar preocupação com a morte de crianças no conflito no Iêmen.

A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância no país, Julien Harneis, citou o bombardeio de quarta-feira que atingiu uma escola de Ibb (centro) e matou dois estudantes.

"Tais incidentes revelam a necessidade de todas as partes de encontrar uma solução pacífica para o conflito", disse Harneis.

Pelo menos 77 crianças morreram e 44 ficaram feridas desde o início dos ataques.

Em uma visita a Genebra, Harneis declarou à AFP que um terço dos combatentes dos grupos armados no Iêmen eram crianças.

O Pentágono anunciou na quarta-feira que a Força Aérea americana abasteceria em voo os caças da coalizão árabe-sunita. Washington já fornece informação de inteligência para a operação.

No campo de batalha, pelo menos 20 rebeldes xiitas huthis morreram no sul do país nesta quinta-feira nos bombardeios da coalizão árabe e em uma emboscada das milícias leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi.

"Quatorze huthis morreram em oito bombardeios aéreos da coalizão contra suas posições perto de Dar Saad", um distrito ao norte da cidade portuária de Áden, afirmou à AFP uma fonte do exército leal ao governo

Na localidade de Daleh, combatentes partidários do presidente Mansur Hadi atacaram uma posição dos huthis e mataram seis rebeldes.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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