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Oriente Médio

Estados Unidos adverte Talibã após chegada de emissário em Doha

22 jun 2013 - 14h13
(atualizado às 14h17)
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Os Estados Unidos advertiram neste sábado que poderão pedir ao Talibã para que feche o seu escritório no Qatar se não houver um compromisso real pela reconciliação no Afeganistão.

James Dobbins, enviado especial dos Estados Unidos para o Afeganistão e Paquistão, chegou em Doha neste sábado e se reuniu com o secretário de Estado americano John Kerry e autoridades do Qatar.

Mas Kerry indicou que os Estados Unidos ainda não estão prontos para encontrar representantes dos talibãs, indicando que os insurgentes não estão a altura dos esforços de paz.

"A nossa é esperança é que isso signifique finalmente uma etapa importante para a reconciliação. Sabemos que isso pode não ser possível", declarou Kerry à imprensa.

Se os talibãs não responderam às preocupações de Washington, "poderemos ser levados a exigir o fechamento do escritório", alertou.

Os talibãs abriram na quinta-feira um escritório de representação em Doha para relançar as negociações de paz no Afeganistão.

A governo dos Estados Unidos e o Talibã decidiram retomar o diálogo, no momento em que Washington se prepara para retirar seus 68 mil soldados do Afeganistão até o próximo ano, pondo fim a uma longa guerra cada vez mais impopular.

Contudo, esta decisão provocou o descontentamento do presidente afegão, Hamid Karzai, que criticou as negociações bilaterais americanas com o escritório de representação talibã no Qatar, inicialmente chamado de "Emirado Talibã do Afeganistão."

Este nome -modificado rapidamente por pressão do Qatar e dos Estados Unidos- era a apelação do governo Talibã em 2001, quando foi derrubado pela intervenção militar estrangeira liderada pelos Estados Unidos.

Washington havia lançado uma "guerra ao terror" depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York.

O Talibã, convertido em insurgentes, resistiu à invasão americana em várias áreas do país. Apesar de contatos preliminares no início de 2012, os rebeldes sempre se recusaram a participar nas negociações, enquanto os soldados "invasores" permanecerem no Afeganistão. Eles afirmam, no entanto, estarem prontos a discussões políticas. O local escolhido foi Doha.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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