Equador ainda não analisa concessão de asilo a Snowden
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse nesta quinta-feira que seu governo ainda não considerou permitir a entrada do americano Edward Snowden no país, destacando que a concessão de asilo só será analisada com a presença do mesmo no território equatoriano.
"Se vamos permitir seu ingresso no território equatoriano?! Isto é algo que, a princípio, não consideramos. Provavelmente vamos analisar o caso, mas no momento ele está na Rússia", destacou Correa em entrevista coletiva, acrescentando que Snowden está "a cargo das autoridades russas".
O líder de esquerda reafirmou que seu país não pode processar o pedido de Snowden - acusado de espionagem após revelar o "grampo" realizado pela administração do presidente americano, Barack Obama, sobre milhões de telefonemas e e-mails em todo o mundo - devido ao fato de que ele não se encontra no território equatoriano.
"Se solicita o asilo quando se está no território do país e Snowden não está no território equatoriano. Assim, tecnicamente, sequer podemos analisar um pedido de asilo", disse Correa.
O presidente reafirmou ainda que o Equador não entregou um salvo-conduto de refugiado a Snowden, desmentindo a informação do site da rede de televisão americana Univisión.
"O documento apresentado pela Univisión (salvo-conduto) não tem assinatura. O governo nacional não concedeu qualquer documento de refugiado. Se for verdadeiro, está totalmente desautorizado e não terá qualquer validade".
Correa revelou ainda que o embaixador equatoriano na Rússia, Patricio Chávez, manteve apenas um único contato com Snowden, na segunda-feira passada, na zona de trânsito do Aeroporto Internacional de Moscou, onde chegou no domingo, 23.