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Oriente Médio

Em carta à ONU, Damasco acusa rebeldes de ataque químico

20 mar 2013 - 10h58
(atualizado às 11h07)
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Damasco enviou duas cartas à ONU nas quais acusa os rebeldes de um ataque com armas químicas em Aleppo, na terça-feira, enquanto a opositora Coalizão Nacional Síria (CNFROS) pediu nesta quarta-feira uma investigação internacional sobre essas agressões que, segundo sustenta, foram cometidas pelo regime.

A agência de notícias síria Sana informou que o Ministério das Relações Exteriores enviou duas mensagens ao Conselho de Segurança e à Secretaria-Geral da ONU para explicar que "terroristas armados do norte da Síria lançaram um míssil às 7h30 (hora local) contra a área de Khan al Asal, em Aleppo".

Segundo o regime, quando o projétil explodiu, foi criada uma densa fumaça que causou desmaios entre os cidadãos que respiraram esses gases e que matou 25 civis e deixou outros 100 feridos, entre eles alguns soldados.

Damasco alertou que grupos como o radical Frente al Nusra poderiam ter em suas mãos armas químicas depois que esta organização tomou o controle de uma fábrica privada no leste de Aleppo, onde era armazenado cloro. O Ministério acrescentou que existem vídeos na internet que mostram como se fabricam gases venenosos com materiais químicos recebidos pela Frente al Nusra desde um laboratório turco.

Ontem, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, negou que seu país tenha entregado armas químicas para os rebeldes sírios dizendo que seria impossível fazer isso porque no país não há este tipo de material.

Por sua vez, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), o principal agrupamento opositor, acusou nesta quarta o regime de Damasco pelo ataque em Khan al-Asal e de outro similar com armas químicas em Ataiba, na periferia de Damasco. Em comunicado, a CNFROS afirmou que pelo menos 19 civis morreram e 69 ficaram feridos nessas duas povoações e solicitou que investigadores internacionais realizem pesquisas no terreno.

Nesse sentido, ressaltou a disposição do governo eleito pela oposição, que ainda não foi constituído embora já tenha sido eleito um primeiro-ministro, de "receber esta delegação em território sírio e garantir sua segurança e passagem pelos lugares afetados".

A CNFROS afirmou ainda que, apesar da proibição do uso de armas químicas, "as provas indicam agora que o regime de Assad as emprega contra seu próprio povo. Os testemunhos e imagens demonstram que esses armamentos proibidos foram utilizados em um crime contra a humanidade". Por enquanto, nem os EUA e nem a ONU confirmaram a autoria do ataque com armas químicas em Aleppo, embora o organismo internacional tenha destacado ontem que é um "crime horrendo".

O ministro israelense da Inteligência e Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, afirmou que recebeu informações de armas químicas foram utilizadas na Síria. "Aparentemente está claro que foram usadas armas químicas contra os cidadãos por parte dos rebeldes ou do governo. É algo muito preocupante para nós e temos de nos ocupar disso urgentemente", declarou Steinitz.

EFE   
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