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Oriente Médio

EI destrói locais históricos no Iraque e vende antiguidades

Algumas peças têm mais de 2 mil anos e são vendidas a altos preços por máfias internacionais

30 set 2014 - 07h29
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<p>V&iacute;deo divulgado em&nbsp;julho pelo grupo Al-Furqan mostra Abu Bakr al-Baghdadi, anunciado como o califa Ibrahim, novo l&iacute;der do Estado Isl&acirc;mico; imagem seria&nbsp;em uma mesquita de Mossul, no Iraque</p>
Vídeo divulgado em julho pelo grupo Al-Furqan mostra Abu Bakr al-Baghdadi, anunciado como o califa Ibrahim, novo líder do Estado Islâmico; imagem seria em uma mesquita de Mossul, no Iraque
Foto: Al Furwan Media / HO / AFP

O grupo Estado Islâmico (EI) destrói locais históricos no Iraque e vende antiguidades para se financiar, afirmaram especialistas e diplomatas durante um colóquio na Unesco sobre "patrimônio iraquiano em perigo".

"A Unesco pediu que o Conselho de Segurança (das Nações Unidas) adote uma resolução de proibição preventiva a qualquer comércio de objetos culturais iraquianos e sírios para lutar contra o comércio ilegal", indicou sua diretora-geral, Irina Bokova.

Bokova pediu aos Estados-membros, aos principais museus do mundo e ao mercado da arte que "intensifiquem a vigilância com relação aos objetos que poderiam proceder do atual saque do patrimônio iraquiano".

"Há máfias internacionais, que se ocupam dos vestígios (...), que informam o EI a respeito que pode ser vendido. Há intermediários mafiosos", destacou Qais Husen Rashied, diretor do museu de Bagdá.

O grupo Estado Islâmico, que considera as estátuas idolatria, dinamitou muitas igrejas e monumentos sagrados para cristãos, judeus ou muçulmanos, disseram vários participantes do colóquio.

Rashied e o diretor do Instituto Iraquiano para a Conservação das Antiguidades e do Patrimônio em Erbil, Abdullah Jorsed Qader, deram como exemplo a tumba do profeta Jonas e várias estátuas em Mossul, onde também foram destruídos palácios assírios.

As obras "são cortadas e vendidas. As peças são inestimáveis... Algumas têm 2 mil anos, podem custar muito caro", afirmou Rashied.

A diretora-geral da Unesco destacou que foram indicadas "as coordenadas e todas as informações pertinentes aos Estados-maiores envolvidos nos bombardeios" contra os jihadistas, para evitar que destruam esses locais históricos, muitos deles usados como bases pelo EI, segundo autoridades iraquianas.

Desvendando o Estado Islâmico Desvendando o Estado Islâmico

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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