Dignitários sunitas convocam 'jihad' na Síria
Líderes religiosos sunitas procedentes de vários países árabes, entre eles Arábia Saudita e Egito, convocaram nesta quinta-feira a 'jihad' (guerra santa) na Síria contra o regime de Bashar al Assad e o boicote à Rússia e ao Irã, que apoiam Damasco.
"É preciso fazer a jihad para ajudar nossos irmãos na Síria, entre outras coisas com dinheiro e armas, para proporcionar toda ajuda suscetível de salvar o povo sírio da influência deste regime confessional", afirma um comunicado lido pelo xeque salafista egípcio Mohamed Hasan.
"A agressão flagrante do regime iraniano, do Hezbollah e de seus aliados confessionais na Síria constitui uma guerra declarada ao Islã e aos muçulmanos", destaca o texto lido ao final da reunião dos dignitários sunitas, no Cairo.
A guerra civil síria tem um viés claramente confessional: o clã Assad, que pertence à minoria alauita, um braço do xiismo, recebe apoio do poderoso movimento xiita libanês Hezbollah e do Irã, enquanto os rebeldes são majoritariamente sunitas.
Os participantes da reunião no Cairo também pediram aos países ocidentais, à Liga Árabe, às monarquias do Golfo e à Organização da Cooperação Islâmica que adotem uma "atitude firme" contra o regime "criminoso" e "apoiem o povo sírio enviando armas" aos rebeldes.
O grupo solicitou ainda o fim da cooperação com os países que apoiam o regime, como China, Índia e Rússia, e um boicote dos produtos iranianos.