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Oriente Médio

Decisão britânica não muda vontade de agir sobre Síria, diz França

30 ago 2013 - 07h19
(atualizado às 07h49)
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O presidente da França, François Hollande, disse nesta sexta-feira que a negativa do Parlamento britânico a intervir na Síria não muda a postura de seu país, que segundo ele está "preparado" para atuar mas não deseja derrubar o regime de Bashar al Assad.

"Cada país é soberano para participar ou não de uma operação. Isso vale tanto para o Reino Unido como para a França", afirmou em entrevista concedida ao jornal Le Monde. "O massacre químico de Damasco não pode nem deve ficar impune", acrescentou.

O chefe do Estado explicou que a intenção de uma intervenção internacional não é "libertar" a Síria ou "derrubar ao ditador", mas sim "colocar um freio em um regime que comete o irreparável contra sua população". Não fazer nada, em sua opinião, "seria assumir o risco de uma escalada (de violência) que banalizaria o uso de armas químicas e ameaçaria outros países". 

"Se o Conselho de Segurança se vê impedido para atuar, irá se formar uma coalizão. Deverá ser a mais ampla possível. Será apoiada pela Liga Árabe, que condenou o crime e alertou a comunidade internacional", disse Hollande.

O presidente afirmou que embora a coalizão "contará com o apoio dos europeus, há poucos países que têm a capacidade de infringir uma sanção com os meios apropriados". A França, em suas palavras, faz parte desse grupo de nações, "está preparada" e decidirá sua postura "em estreita vinculação com seus aliados" e quando dispor de "todos os elementos que justifiquem" uma decisão.

Guerra civil em fotos
AFP

O Terra compilou alguns dos principais materiais fotográficos disponibilizados ao longo destes mais de dois anos de guerra na Síria. Cada imagem leva a uma galeria que conta um episódio específico ou remete a uma situação importante do conflito.

Hollande não excluiu, no entanto, que esta resposta chegue antes de quarta-feira, data em que o Parlamento francês vai analisar a situação na Síria em uma sessão extraordinária não submetida a voto.

Para o presidente, já não se trata de estabelecer se em 21 de agosto foram utilizadas armas químicas nos arredores de Damasco, "porque inclusive as autoridades sírias não negam", mas conhecer sua autoria, sobre a qual a França diz ter "provas" que apontam para o regime.

Hollande argumentou que a intervenção no Iraque "foi feita quando não se tinha nenhuma prova sobre a existência de armas de destruição em massa", enquanto na Síria, "infelizmente, foram utilizadas armas químicas".

Hollande anunciou que hoje conversará em profundidade com o presidente americano, Barack Obama, sobre a situação síria, e descartou uma intervenção antes da saída da equipe de inspetores da ONU do país árabe, prevista para amanhã.

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