O presidente da França, François Hollande, disse nesta sexta-feira que a negativa do Parlamento britânico a intervir na Síria não muda a postura de seu país, que segundo ele está "preparado" para atuar mas não deseja derrubar o regime de Bashar al Assad.
"Cada país é soberano para participar ou não de uma operação. Isso vale tanto para o Reino Unido como para a França", afirmou em entrevista concedida ao jornal Le Monde. "O massacre químico de Damasco não pode nem deve ficar impune", acrescentou.
O chefe do Estado explicou que a intenção de uma intervenção internacional não é "libertar" a Síria ou "derrubar ao ditador", mas sim "colocar um freio em um regime que comete o irreparável contra sua população". Não fazer nada, em sua opinião, "seria assumir o risco de uma escalada (de violência) que banalizaria o uso de armas químicas e ameaçaria outros países".
"Se o Conselho de Segurança se vê impedido para atuar, irá se formar uma coalizão. Deverá ser a mais ampla possível. Será apoiada pela Liga Árabe, que condenou o crime e alertou a comunidade internacional", disse Hollande.
O presidente afirmou que embora a coalizão "contará com o apoio dos europeus, há poucos países que têm a capacidade de infringir uma sanção com os meios apropriados". A França, em suas palavras, faz parte desse grupo de nações, "está preparada" e decidirá sua postura "em estreita vinculação com seus aliados" e quando dispor de "todos os elementos que justifiquem" uma decisão.
Hollande não excluiu, no entanto, que esta resposta chegue antes de quarta-feira, data em que o Parlamento francês vai analisar a situação na Síria em uma sessão extraordinária não submetida a voto.
Para o presidente, já não se trata de estabelecer se em 21 de agosto foram utilizadas armas químicas nos arredores de Damasco, "porque inclusive as autoridades sírias não negam", mas conhecer sua autoria, sobre a qual a França diz ter "provas" que apontam para o regime.
Hollande argumentou que a intervenção no Iraque "foi feita quando não se tinha nenhuma prova sobre a existência de armas de destruição em massa", enquanto na Síria, "infelizmente, foram utilizadas armas químicas".
Hollande anunciou que hoje conversará em profundidade com o presidente americano, Barack Obama, sobre a situação síria, e descartou uma intervenção antes da saída da equipe de inspetores da ONU do país árabe, prevista para amanhã.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam
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