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Oriente Médio

Críticos e apoiadores de Assad entram em confronto na Síria

21 jun 2011 - 13h48
(atualizado às 14h54)
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Manifestantes contra e a favor do governo do presidente Bashar Al-Assad entraram em confronto nesta segunda-feira em pelo menos duas importantes cidades do país, um dia após o líder ter feito um discurso em que atribuiu a instabilidade no país a "sabotadores" do regime.

Os confrontos teriam ocorrido nas cidades de Homs (no oeste do país) e Deir Al-Zor (no leste). Ativistas dizem que pelo menos três pessoas foram mortas quando a policia reprimiu os manifestantes de oposição.

De acordo com a imprensa estatal síria, grandes manifestações de apoio ao presidente foram realizadas em várias cidades, incluindo a capital, Damasco, e Deraa, onde a onda de protestos contra Assad começou, em março.

Também nesta terça-feira, o governo sírio divulgou o esboço de uma lei que regula a formação de partidos políticos, pedindo aos cidadãos do país que colaborem com sugestões por meio de um website interativo.

Um decreto presidencial estabelecendo anistia para alguns crimes cometidos antes da segunda-feira também foi anunciado.

Rússia

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que a comunidade internacional deveria pressionar mais a Síria para acabar com a violência, mas repetiu que a Rússia é contra a interferência em assuntos internos de outros países.

"Acontecimentos em outros países da região mostram que a situação não está melhorando por causa de nossas tentativas de controlar o processo, especialmente porque o que está acontecendo não é totalmente claro", disse Putin em Paris, onde se encontrou com o premiê francês, François Fillon.

"Certamente é necessário que se coloque mais pressão sobre a liderança de qualquer país onde estejam ocorrendo revoltas de massas e banhos de sangue", disse ele, ressaltando que "instrumentos políticos devem ser usados para a resolução de assuntos domésticos".

Na segunda-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, disse que vetaria uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apoiada por França, Grã-Bretanha e outros países ocidentais, condenando a Síria.

Assad

Na segunda-feira, Assad fez o terceiro pronunciamento público desde o início dos protestos em março dizendo que a crise no país seria obra de "sabotadores" e que seu governo estudaria reformas.

Mas logo após o discurso, a oposição rejeitou a oferta de reformas, afirmando exigir a saída de Assad.

Muitos países ocidentais como EUA, Grã-Bretanha e Alemanha criticaram as declarações do presidente sírio.

A oposição estima que ao menos 1,3 mil civis já foram mortos e cerca de 10 mil, presos nos três meses de protestos contra o governo.

Há relatos de que mais de 300 soldados e policiais também teriam sido mortos nos confrontos com manifestantes.

A repressão aos protestos já levou cerca de 11 mil pessoas a deixar a Síria em direção à vizinha Turquia.

Bashar Al-Assad está no poder há quase 11 anos. Ele sucedeu seu pai, Hafez, que comandou a Síria por 29 anos.

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