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Oriente Médio

Coreia do Norte propõe negociações de alto nível com EUA

16 jun 2013 - 09h04
(atualizado às 09h10)
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A Coreia do Norte propôs neste domingo negociações de alto nível com os Estados Unidos para abordar os programas de armamento nuclear e aliviar a tensão na península coreana, alguns dias depois da inesperada anulação de discussões com o Sul, uma proposta que Washington provavelmente não aceitará, segundo analistas.

"Propomos negociações de alto nível entre o Norte e os Estados Unidos para garantir a paz e a estabilidade na região e aliviar a tensão na península coreana", indicou a Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte em um comunicado divulgado pela agência oficial KCNA.

O Norte deseja manter "discussões sérias sobre um grande número de temas, incluindo o objetivo dos Estados Unidos de um mundo sem arsenal nuclear", indicou o comunicado em que o regime norte-coreano pede a Washington que estabeleça o momento e o local das negociações.

No entanto, "nosso status de potência nuclear será mantido... até que as ameaças nucleares do exterior se acabem completamente", ressaltou, fazendo um apelo para que os Estados Unidos interrompam as sanções contra o Norte.

"A situação agora depende da responsabilidade das escolhas que os Estados Unidos fizerem", disse.

Washington pediu na sexta-feira a Pyongyang "ações concretas" que eliminem as preocupações sobre seu armamento nuclear.

Analistas consideram pouco provável que Washington aceite esta oferta de Pyongyang, se este não adotar iniciativas concretas de desnuclearização, condição fundamental estabelecida pelos Estados Unidos para iniciar um diálogo com o Norte.

"Os Estados Unidos repetiram várias vezes que não estavam interessados em um simples diálogo", frisou Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul. "Portanto, não acredito que Washington responda a esta oferta, sobretudo se não for antecedida por negociações nos bastidores".

O presidente chinês, Xi Jinping, líder do el único aliado de peso da Coreia do Norte, considera, assim como seu homólogo americano Barack Obama, que Pyongyang deve iniciar uma desnuclearização, informou o conselheiro de segurança nacional do presidente americano, Tom Donilon, após uma reunião entre os dois governantes, há uma semana, na Califórnia.

"O Norte está sob pressão para transmitir alguns sinais de reconciliação para evitar ficar ainda mais isolado nesta dinâmica, principalmente pela China", considerou Kim Yong-Hyun, professor da Universidade Dongguk, em Seul.

O presidente chinês receberá na quinta-feira, 27 de junho, em Pequim a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye.

O teste nuclear que a Coreia do Norte realizou em fevereiro e as posteriores sanções da ONU desencadearam a recente crise, durante a qual Pyongyang ameaçou Seul e os Estados Unidos com ataques nucleares preventivos.

Uma reunião de alto nível entre as duas Coreias -- inicialmente prevista para 12 e 13 de junho com o objetivo de discutir um alívio nas tensões -- foi cancelada na terça devido a desacordos relacionados ao protocolo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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