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Oriente Médio

Coreia do Norte anuncia avanços no programa de armas atômicas

20 mai 2015 - 09h51
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A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira que conseguiu miniaturizar armas atômicas, um grande avanço em seu programa nuclear, ao mesmo tempo em que cancelou uma visita de Ban Ki-moon, a primeira de um secretário-geral da ONU ao país em 20 anos.

A Comissão Nacional de Defesa (CND), citada pela agência oficial de notícias KCNA, anunciou ter conseguido miniaturizar armas nucleares, um avanço técnico que lhe permitirá colocá-las dentro de um míssil.

"Há muito tempo começamos a miniaturizar e diversificar nossos meios para um ataque nuclear", indicou a Comissão Nacional de Defesa (CND), citada pela agência.

"Também chegamos à etapa na qual é garantido o índice de precisão mais elevado, não apenas para mísseis de curto e médio alcance, mas também para mísseis de longo alcance", acrescentou o comunicado.

Já o secretário-geral da ONU, que se encontra em Seul e que deveria viajar à Coreia do Norte na quinta-feira, criticou a decisão "muito lamentável" do cancelamento de sua visita.

A decisão foi tomada pela Coreia do Norte um dia após Ban Ki-moon convocar Pyongyang a diminuir a tensão e evitar novos exercícios militares na península.

Em Seul, Ban havia declarado na terça-feira que temia uma nova corrida armamentista e um aumento das tensões em toda a região, depois que a Coreia do Norte lançou com êxito um míssil balístico submarino, violando as resoluções das Nações Unidas.

Ele havia anunciado que visitaria na quinta-feira a parte norte-coreana do complexo industrial de Kaesong, situado na fronteira entre os dois Estados.

A visita seria a primeira de um chefe da ONU desde a viagem do então secretário-geral Butros Butros-Ghali em 1993.

"No início desta manhã, as autoridades da República Popular Democrática da Coreia (RPDC, Coreia do Norte) nos informaram, por meio de seus canais diplomáticos, que haviam voltado atrás em sua decisão de permitir que eu visitasse o complexo industrial de Kaesong", declarou Ban durante uma conferência na capital sul-coreana.

"Não foi dada nenhuma explicação a esta mudança lamentável de última hora", acrescentou.

Kaesong, situado na Coreia do Norte a uma dezena de quilômetros da fronteira, emprega 50.000 norte-coreanos em 125 empresas manufatureiras sul-coreanas.

O complexo é uma fonte vital de divisas para Pyongyang, que enfrenta múltiplas sanções internacionais.

Para as empresas sul-coreanas, o complexo industrial representa a possibilidade de empregar pessoas a baixo custo e obter benefícios fiscais.

Embora Kaesong tenha ficado durante muito tempo à margem dos sobressaltos habituais nas relações diplomáticas entre os dois países, ainda tecnicamente em guerra, este enclave industrial é alvo de disputas nos últimos anos.

Pyongyang fechou o complexo durante cinco meses em 2013, num momento de grande tensão após um terceiro teste nuclear norte-coreano.

Ban, que visitou o complexo em 2006 na qualidade de chefe da diplomacia sul-coreana, elogiou nesta semana este modelo de cooperação industrial que, para ele, beneficia as duas Coreias.

O secretário-geral das Nações Unidas reiterou nesta quarta-feira que uma solução duradoura do conflito entre os Estados passa pelo respeito por parte de Pyongyang das resoluções do Conselho de Segurança e de seu retorno à mesa de negociações.

"Como secretário-geral das Nações Unidas, não pouparei esforços em encorajar a RPDC a trabalhar com a comunidade internacional em favor da paz e da estabilidade da península coreana e além", disse.

As negociações de paz a seis (Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, China e Rússia), suspensas desde dezembro de 2008, buscam que Pyongyang abandone seu programa nuclear em troca de vantagens econômicas e diplomáticas.

O secretário americano de Estado, John Kerry, advertiu a Coreia do Norte nesta semana que Pyongyang está exposta a novas sanções após seu teste com um míssil balístico.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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