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Oriente Médio

Conselho de Paz afegão negocia com ONU suspenção de sanções a talibãs

6 mai 2015 - 12h50
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O Alto Conselho para a Paz do Afeganistão (HPC) começou a negociar com a Organização das Nações Unidas (ONU) para eliminar de sua lista negra os talibãs que participem do processo de paz, uma das condições fixadas para iniciar um diálogo que permita pôr fim ao conflito afegão.

"O governo afegão e o Conselho para a Paz já iniciaram negociações com o Comitê Sancionador da ONU para que diminua as sanções de sua lista negra e elimine dela os nomes dos talibãs que tomem parte no diálogo de paz", informou nesta quarta-feira o organismo em comunicado.

Durante uma reunião com membros do Alto Conselho e da sociedade civil neste fim de semana no Catar, os talibãs expuseram esta e outras demandas para iniciar as negociações de paz, como a revisão da Constituição, a abertura de um escritório insurgente e a saída das tropas estrangeiras do país.

Muhammad Ismail Qasimyar, do Alto Conselho para a Paz, disse à Agência Efe que "apenas" aqueles insurgentes que decidam conversar com o Executivo serão retirados da lista de sanções.

"O governo e o Alto Conselho para a Paz teriam que pressionar os Estados-membros e realizar um pedido oficial", explicou um porta-voz das Nações Unidas em Cabul, que preferiu manter o anonimato, sobre o processo para a efetivação das mudanças.

O órgão conciliador, por sua vez, informou em nota que esse assunto deverá ser resolvido "passo a passo" como resultado de "um diálogo afegão interno", algo que, assegurou, já discutiu com a ONU.

Quanto aos outros pedidos dos talibãs, o Conselho informou que "de acordo com seu artigo número 10, a Constituição está aberta a emendas" e garantiu que tanto eles quanto o Executivo "sempre" buscaram "estabelecer os fundamentos" para a completa retirada das tropas internacionais.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) encerrou no ano passado a sua missão de combate no Afeganistão, a Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf), que foi substituída desde janeiro pela Operação Apoio Decidido, com aproximadamente 4 mil soldados em tarefas de assistência e capacitação dos corpos de segurança afegãos.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos prosseguiram sua missão "antiterrorista" no país com 9.800 soldados, embora Washington esteja repensando os prazos para retirar o efetivo.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, destacou no final de fevereiro que as bases para as negociações se encontram em seu melhor momento há três décadas e em março anunciou que seu governo tinha finalizado o documento de trabalho que guiaria o processo. Os insurgentes, no entanto, tinham negado até agora qualquer início de diálogo e advertido que a presença de tropas americanas impossibilita as conversas.

EFE   
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