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Oriente Médio

Congresso dos EUA não pode autorizar guerra contra Síria, afirma Putin

4 set 2013 - 12h16
(atualizado às 12h21)
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira que o Congresso dos Estados Unidos não pode autorizar um ataque contra a Síria, pois esta ação militar seria uma agressão ao não contar com o aval da ONU.

"Nenhum congresso do mundo pode autorizar tal coisa, já que isso seria autorizar uma agressão, pois tudo que não sai do Conselho de Segurança da ONU é uma agressão, com exceção da própria defesa", disse Putin segundo as agências russas.

"A Síria, como todo o mundo árabe, não está atacando os Estados Unidos, por isso não se pode falar em defesa própria", acrescentou Putin.

"Atualmente, o Congresso e o Senado dos Estados Unidos se dedicam a legitimar a agressão e, enquanto isso, todos nós nos pregamos em frente à televisão e esperamos se haverá decisão ou não. Quando o que teríamos que fazer é falar outra coisa, que isso é um disparate", disse.

O chefe do Kremlin considerou que o fato dos congressistas americanos terem a última palavra sobre o uso da força contra a Síria contradiz "o bom senso e a noção de direito internacional".

Além disso, Putin acusou abertamente o governo do presidente Barack Obama de mentir abertamente durante os debates no Congresso.

"Certamente mentem, o que não é nada bom. Segui o debate no Congresso. Um congressista pergunta a Kerry (John Kerry, secretário de Estado dos EUA): 'A Al Qaeda está na Síria? Dizem que se reforçou'. Ele (Kerry) diz: 'Não. Digo com responsabilidade. Ali não estão presentes'", reproduziu Putin.

O presidente russo contestou esta informação e disse que a "célula mais importante e ativa" da Al Qaeda, conhecida como Frente Al Nursa, atua na Síria.

"E eles sabem disso. Para mim foi desagradável. Nós nos relacionamos com eles e partimos de que são gente decente. Mas mentem abertamente com pleno conhecimento de que se está mentindo. Isso é triste", atacou.

Na sua opinião, os EUA acreditam que após os bombardeios contra alvos estratégicos no país árabe os rebeldes poderão tomar o poder do líder sírio, Bashar al Assad.

"Por que dizem que nem um só soldado americano será desdobrado em território da Síria? Eles consideram que não os necessitarão, que os guerrilheiros darão um jeito. Mas é preciso os ajudar com forças e meios que não possuem", refletiu.

Além disso, colocou sérias dúvidas sobre as denúncias dos Estados Unidos e de outros países ocidentais de que o regime de Assad tenha utilizado armas químicas contra a população civil.

"Nas imagens emitidas não se vê os pais dessas crianças, nem equipe médica. Não há nem uma mulher", disse o líder russo.

EFE   
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