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Oriente Médio

Congresso da Fatah mantém opção da "luta armada"

3 ago 2009 - 20h55
(atualizado às 21h10)
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A facção Fatah, do presidente palestino, Mahmoud Abbas, realiza a partir de terça-feira um congresso no qual deve manifestar apoio à coexistência de Israel e Palestina, mas sem abrir mão da opção pela "luta armada", segundo fontes partidárias.

Mais de 2.000 delegados se reunirão pela primeira vez em 20 anos para debater durante três dias a adoção de um programa que distinga a Fatah do grupo islâmico Hamas, que rejeita as reivindicações ocidentais para renunciar à violência e reconhecer Israel.

No entanto, apesar de seu esforço para se rejuvenescer e reestruturar, os militantes reunidos em Belém (Cisjordânia) não têm planos de rever a carta de fundação do partido, que a exemplo da do Hamas prega a destruição do Estado judeu.

A carta da Fatah, movimento fundado em 1965 pelo falecido Yasser Arafat, defende a luta armada "até que a entidade sionista seja eliminada e a Palestina seja liberada".

O estatuto da Fatah prevê um congresso a cada cinco anos. Arafat, que evitava contestações à sua autoridade, adiou sucessivamente o encontro, citando mudanças nas circunstâncias, como a assinatura dos acordos de Oslo com Israel, na década de 1990.

Um novo programa partidário que está em discussão defende novas formas de resistência, como a desobediência civil contra a expansão dos assentamentos judaicos e contra a barreira que Israel está erguendo dentro da Cisjordânia.

De modo ainda mais crucial, o documento deixa em aberto a opção pela "luta armada" caso as negociações com Israel fracassem, e não descarta uma declaração unilateral do Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza se o processo de paz continuar paralisado.

Abbas condiciona a retomada das negociações à suspensão das obras de ampliação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, conforme estabelece um plano de paz apoiado por EUA, União Europeia e ONU.

Falando a delegados na véspera do Congresso, Abbas disse: "Esperamos que nossos vizinhos nos permitam alcançar a paz para construir o futuro do nosso Estado, que viva ao lado do Estado deles em segurança e paz."

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