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Oriente Médio

Condenação à morte de clérigo xiita gera revolta e enfrentamentos no Barhein

30 out 2015 - 09h35
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Manifestantes xiitas e as forças de segurança do Barhein se enfrentam nesta sexta-feira em vários pontos da capital, Manama, após os protestos pela condenação à morte do clérigo xiita Nimr Baqir al Nimr nesta semana na Arábia Saudita.

As manifestações, convocadas por vários grupos opositores de Bahrein, começaram na noite de quinta-feira e prosseguiram na sexta-feira para exigir das autoridades sauditas que parem com a execução de Al Nimr, sentenciado por desobediência e instigação à violência.

Várias manifestações ocorreram nesta sexta-feira na capital bareinita e seus arredores depois da reza muçulmana do meio-dia e está previsto que se repitam ao longo do dia, assim como os confrontos violentos.

Ontem à noite também houveram protestos em vários pontos da cidade, onde os manifestantes lançaram coquetéis molotov contra os veículos policiais que intervieram para dispersar as manifestações, usando gás lacrimogêneo contra os seguidores do clérigo.

A Corte Suprema da Arábia Saudita confirmou no último dia 26 a pena de morte contra Al Nimr, ditada em primeira instância em outubro de 2014.

O clérigo, de 55 anos, foi detido em julho de 2012 por várias causas, entre elas por apoiar os distúrbios que explodiram em fevereiro de 2011 na província de Al Qatif, no leste da Arábia Saudita e de maioria xiita.

Além disso, ele foi acusado de instigar a violência sectária, desobedecer as autoridades, levar armas, ajudar células terroristas em Al Qatif e o vizinho Bahrein, e pôr em interdição a honestidade do Poder Judiciário.

Al Nimr mostrou seu apoio ao movimento reformista do Bahrein que, no marco da primavera árabe, ocupou a praça de Lulu para pedir mudanças democráticas e que foi liderado pela maioria xiita do país.

A Arábia Saudita ajudou seu aliado a reprimir a revolta no pequeno reino, governado com mão de ferro por um monarca saudita.

Desde então, as manifestações e protestos protagonizados pelos xiitas foram reprimidos pela força, e a oposição política foi perseguida e silenciada.

Os confrontos de hoje coincidem com a presença em Manama de vários líderes árabes e representantes ocidentais, convidados a participar em reunião realizado anualmente em Bahrein sobre segurança no Golfo Pérsico.

Destaca-se a presença do subsecretário de Estado americano, Antony Blinken; do ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond; e da ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen.

EFE   
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