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Oriente Médio

Comissão da ONU desconhece destino das armas químicas na Síria

21 jun 2013 - 20h04
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O presidente da comissão investigadora da ONU sobre a Síria, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, reafirmou nesta sexta-feira que não se pode dizer com certeza quem usou armas químicas na Síria, apesar das acusações de Washington contra Damasco.

Interrogado por jornalistas, Paulo Pinheiro se recusou a "comentar as declarações, ou decisões dos governos".

"Não estamos em condições de dizer quem usou agentes, ou armas químicas e estamos muito preocupados com a cadeia de posse", ou seja, o trajeto percorrido por essas armas até sua detecção, afirmou.

Em seu último informe ao Conselho de Direitos Humanos, a comissão havia denunciado o uso de agentes químicos em pelo menos quatro ocasiões na Síria, mas sem poder "identificar a natureza desses agentes químicos, os sistemas de armas empregados, ou quem os utilizou".

Segundo Pinheiro, os países ocidentais que acusam o regime de Damasco não deram à Comissão as informações de que dispõem, e apenas os especialistas da ONU, dirigidos por Ake Sellstrom, poderão encontrar provas no terreno - caso existam. O que até agora não foi feito.

Pinheiro, que se reuniu nesta sexta a portas fechadas com membros do Conselho de Segurança, também rejeitou a opção militar: "a entrega de armas compromete a responsabilidade daqueles que as entregam, porque as pessoas que as recebem podem cometer crimes de guerra", afirmou.

"É necessário um novo equilíbrio diplomático, não um novo impulso militar", ressaltou, pedindo ao Conselho que acelere a realização da Conferência de Genebra. "A Síria está em queda livre", acrescentou.

Hoje, a oposição síria disse ter recebido do exterior novas armas modernas, que lhe permitirão "mudar o curso da batalha".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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