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Oriente Médio

Síria: oposição denuncia 45 mortes em novos combates em Qusair

25 mai 2013 - 09h31
(atualizado às 14h46)
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A oposição síria informou que 45 milicianos do grupo xiita libanês Hezbollah, que aparentemente lutavam junto com as tropas do regime de Bashar al Assad, morreram neste sábado em combates com os rebeldes na cidade síria de Al Qusair, alvo de uma forte ofensiva desde o último domingo. Os combates ocorrem em meio aos preparativos para a conferência de paz de Genebra 2 e ao recrudescimento da violência gerada pela guerra síria no Líbano.

Em entrevista via internet, o ativista, Emar al Quseir, que está nessa região, explicou que o Exército Livre Sírio (ELS) matou "45 combatentes" do Hezbollah e repeliu sua tentativa de invadir a cidade. A mesma informação foi confirmada pelas organizações opositoras Comitês de Coordenação Local e Comissão Geral da Revolução Síria.

Emar al-Qusair afirmou que o ataque de hoje é o "mais violento" da semana e que as tropas governamentais e os milicianos do Hezbollah tentam invadir Qusair pela zona leste da cidade. O ativista e porta-voz da rede Sham declarou que aviões não tripulados do Hezbollah sobrevoam a região em tarefas de reconhecimento e que os bombardeios são efetuados principalmente dos arredores de Qusair e de localidades do oeste ocupadas pelo grupo libanês.

Segundo uma fonte militar síria, o exército conseguiu penetrar no aeroporto de Dabaa, uma posição-chave na linha de defesa dos rebeldes. "O exército sírio conseguiu infiltrar-se no interior do aeroporto de Dabaa pelo noroeste, os combates prosseguem", indicou a fonte.

Qusair, de 25 mil habitantes, é uma cidade estratégica para os rebeldes devido a sua localização, na rota que liga o norte do Líbano, de maioria sunita, com Homs, o que permite o fornecimento de armas. Além disso, ela é fundamental para o regime de Bashar al-Assad, já que essa estrada liga Damasco com cidades do litoral mediterrâneo de maioria alauita.

Manifestantes sunitas protestam em Sidon contra enterro de soldado do Hezbollah morto durante batalha contra os rebeldes sírios em Qusair
Manifestantes sunitas protestam em Sidon contra enterro de soldado do Hezbollah morto durante batalha contra os rebeldes sírios em Qusair
Foto: AP

Líbano e prévias de Genebra 2

Segundo o diretor do OSDH, Abdel Rahmane, o recrudescimento dos combates se explica pelo desejo de o Hezbollah marcar pontos antes do discurso de seu líder, Hassan Nasrallah, por ocasião do 13º aniversário da retirada do exército israelense do sul do Líbano.

Para Ghassan al-Azzi, professor de ciência política na Universidade do Líbano, "os iranianos pediram ao Hezbollah que lutasse nesta guerra que deve definir o futuro da aliança entre o Irã e a Síria e, talvez, o de toda a região".

Três aliados da oposição, os Estados Unidos, a Turquia e o Qatar, pediram a realização na próxima semana de uma reunião no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre "os recentes massacres em Qousseir". Em Istambul, a oposição exige garantias para eventuais negociações com o regime de Bashar al-Assad.

Os Estados Unidos expressaram preocupação na sexta-feira com a possibilidade do Líbano ser envolvido no conflito sírio, após a onda de violência entre partidários e opositores do regime sírio em Trípoli (norte do Líbano). Os combates entre partidários e opositores do regime de Assad deixaram pelo menos 28 mortos em seis dias.

No plano diplomático, a Rússia concordou em participar da conferência de paz, Genebra 2, proposta por Moscou e Washington, mas a oposição síria reunida em Istambul tem se mostrado cética.

Com informações de EFE e AFP.

Fonte: Terra
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