PUBLICIDADE

Oriente Médio

Combates em torno de bases aéreas sírias, Moscou convida Damasco e oposição

13 fev 2013 - 20h58
(atualizado às 21h16)
Compartilhar

Violentos combates travados nesta quarta-feira entre o Exército sírio e rebeldes em torno de bases militares na província de Aleppo (norte), enquanto a Rússia anunciava ter convidado as autoridades sírias e a oposição para encontros nas próximas semanas.

"Os combates entre soldados e combatentes da Frente Al-Nosra, Liwa al-Tawhid e Mouhajirine, estão sendo travados nos arredores de uma base chamada 'Brigada 80', que os rebeldes tentam tomar", indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Esta base garante a segurança do aeroporto internacional de Aleppo e do aeroporto militar de Al-Nairab, de acordo com o OSDH, que conta com uma ampla rede de ativistas e médicos.

Na terça-feira, os rebeldes tomaram o controle do aeroporto militar de Al-Jarrah, e se apoderaram de munições e de aviões MIG, e lançaram ataques contra outras bases aéreas da região, onde dezenas de combatentes de ambos os lados morreram.

O avanço dos rebeldes não impediu que aviões do regime bombardeassem as imediações de Sfeira, no sudeste de Aleppo e de Al-Bab, a noroeste da cidade, segundo o OSDH.

Na cidade de Aleppo, o Centro de Mídia (anti-regime) indicou que a eletricidade e a água foram cortadas pelo quarto dia consecutivo, alertando para o risco de uma "catástrofe humanitária" na grande metrópole do norte.

Mais ao sul, combates foram registrados nas duas principais estradas a leste e a oeste da cidade de Homs (centro) e, de acordo com a Comissão Geral da Revolução Síria, a força aérea efetuou pelo menos dez ataques contra a cidade rebelde de Deir al-Assafir, na região de Damasco.

Dentro de Homs, tanques do Exército bombardearam o bairro de Jobar (leste), matando ao menos 13 civis, segundo o OSDH.

Ao menos 145 pessoas, sendo 66 civis, 25 soldados e 54 rebeldes, morreram nesta quarta-feira em toda a Síria, segundo um registro do OSDH.

Frente à violência que deixou, segundo a ONU, cerca de 70.000 mortos em quase dois anos, enquanto os apelos por diálogo se multiplicam, a Rússia anunciou que o líder da oposição, Ahmed Moaz al-Khatib, assim como o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, devem realizar visitas a Moscou nas próximas semanas.

O chefe da coalizão opositora síria deve ir a Moscou "em duas ou três semanas", declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, citado pela agência Ria Novosti, acrescentando que a data exata ainda não foi estabelecida.

Já o chanceler sírio deve viajar à capital russa até o final de fevereiro.

"Não chegamos ainda a um acordo sobre a data desta visita, mas acreditamos possa ocorrer rapidamente. Nos próximos dias, vamos decidir uma data satisfatória", declarou Bogdanov.

Em Damasco, o Ministério das Relações Exteriores "saudou o convite feito a Mouallem para um encontro com seu colega russo", afirmando que o chefe da diplomacia síria não se reunirá com Khatib e insistiu que nenhum diálogo com a oposição será realizado "em solo sírio".

Ainda nesta quarta, o ex-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sírio Jihad Makdissi, que deixou seu posto em Damasco em dezembro de 2012, rompeu seu silêncio, apresentando-se como um homem "independente" e manifestando o seu apoio a um "processo de mudança pacífico" na Síria.

Enquanto isso, o Qatar, que apoia a rebelião síria, entregou o prédio da embaixada da Síria em Doha à oposição.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade