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Oriente Médio

Comandante da Guarda Revolucionária iraniana critica Rohani por conversa com Obama

30 set 2013 - 14h49
(atualizado às 14h57)
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O comandante da Guarda Revolucionária, a força de elite do regime iraniano, criticou nesta segunda-feira a histórica conversa por telefone da semana passada entre os presidentes iraniano, Hassan Rohani, e americano, Barack Obama.

Esta é a primeira crítica pública de uma autoridade iraniana à conversa de sexta-feira entre Rohani e Obama.

"O presidente manteve uma posição firme e adequada durante sua estadia (nos Estados Unidos), mas, da mesma forma que se negou a reunir-se com Obama, deveria ter se recusado a conversar com ele por telefone e esperado ações concretas do governo americano", declarou o general Mohamad Ali Jafari ao site Tasnimnews.com.

A crítica contradiz o pedido de Rohani e do guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, que pediram que a Guarda Revolucionária não trate de política.

O contato telefônico entre os presidentes iraniano e americano foi o primeiro entre líderes dos dois países desde a ruptura de relações diplomáticas em 1980.

Para responder à "boa vontade" manifestada pelo Irã na Assembleia Geral da ONU, o governo dos Estados Unidos deve "suspender todas as sanções contra a nação iraniana, desbloquear os bens iranianos congelados nos Estados Unidos, suspender sua hostilidade em relação ao Irã e aceitar o programa nuclear iraniano", declarou o general Jafari, nomeado pelo guia supremo.

A conversa de sexta-feira abordou o programa nuclear iraniano, e os dois presidentes concordaram que os ministros das Relações Exteriores devem permanecer em contato com o objetivo de encontrar uma solução para a crise desatada em 2005.

"Em sua ação, o governo pode cometer erros táticos, como a conversa telefônica, mas isso talvez possa ser reparado", declarou o chefe do exército de elite do regime iraniano.

"Se forem comprovados erros entre as autoridades, as forças revolucionárias expressarão as advertências necessárias", acrescentou o militar, sem dar mais detalhes.

Este telefonema entre o presidente americano e o iraniano é o primeiro contado direto entre líderes dos dois países desde 1980, quando romperam qualquer relação diplomática.

Além da conversa por telefone, os chefes da diplomacia do grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) realizaram um encontro sem precedentes com seu colega iraniano, e anunciaram a retomada das negociações nos dias 15 e 16 de outubro em Genebra.

Os ocidentais e Israel suspeitam que a República Islâmica queira produzir a arma atômica sob o pretexto de desenvolver um programa nuclear civil.

Desde 2006, o Irã tem sido alvo de sanções da ONU, que foram reforçadas em 2012 por um embargo petrolífero e financeiro imposto pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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