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Oriente Médio

Com suspeita de envenenamento, 348 alunas são internadas no Afeganistão

5 set 2015 - 13h26
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As autoridades da cidade de Herat, no oeste do Afeganistão, fizeram neste sábado uma reunião de emergência depois que pelo menos 348 alunas e várias professoras foram supostamente envenenadas nesta semana.

Um porta-voz do hospital central de Herat ao qual foram levadas todos as intoxicadas, Mohammad Rafik Sherzai, disse à Agência Efe que "todas as estudantes tinham os mesmos sintomas: vômitos, enjôos e dor de cabeça", mas disse desconhecer as causas.

O primeiro dos casos aconteceu na segunda-feira no colégio feminino Habib Mustafa, com 126 alunas intoxicadas e algumas professoras, e na quarta-feira houve mais um caso semelhante no mesmo centro educativo com outras 60 vítimas.

O terceiro caso aconteceu um dia depois na escola Babaji, com 130 estudantes hospitalizadas, e neste sábado outras 32 alunas e professoras do colégio Tukhi foram internadas com os mesmos sintomas de intoxicação.

O porta-voz da polícia de Herat, Abdul Raouf Ahmadi, afirmou à Efe que os casos estão sendo investigados e que por enquanto não está claro quem pode estar por trás dos supostos envenenamentos, alguns deles ocorridos após as salas de aula serem borrifadas com um gás tóxico, esclareceu.

Uma professora do Habib Mustafa, Hasina, contou à agência de notícias afegã "Pajhwok" que se estava em um sala de aula quando percebeu "um cheiro ruim" e desmaiou, recuperando a consciência mais tarde em uma maca no hospital.

O porta-voz do Ministério Regional de Educação, Kabir Hagmal, afirmou à Efe que os casos estão sendo investigados. Amanhã haverá uma reunião de emergência de representantes das autoridades locais sobre o assunto, pois foi gerada uma situação de pânico em toda a província entre as estudantes e seus pais.

Os casos de intoxicações em escolas femininas são bastante frequentes no Afeganistão (em junho pelo menos 60 alunas foram hospitalizadas após sofrerem enjôos e vômitos no centro do país) e costumam estar envolvidos em mistério.

Em 2013 ocorreram vários casos de intoxicação, com um total de 230 estudantes envenenadas.

Muitos analistas responsabilizam os talibãs pelas intoxicações, mas porta-vozes dos rebeldes negaram seu envolvimento nestes casos e recentemente afirmaram que um novo governo no Afeganistão liderado por eles permitiria a educação feminina.

Os insurgentes se opuseram tradicionalmente à educação das meninas e adolescentes e a proibiram, de fato, durante seu regime fundamentalista islâmico no país (1996-2001).

Desde a queda dos talibãs por causa da invasão americana, em 2001, a comunidade internacional pôs muita ênfase em impulsionar a educação feminina no Afeganistão.

EFE   
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