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Oriente Médio

Chefe militar do Hamas morre em ataque israelense a Gaza

14 nov 2012 - 11h56
(atualizado às 20h37)
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Ahmed Jaabari, comandante das "Brigadas de Ezedin al-Qassam", espécie de braço armado do Hamas, morreu nesta quarta-feira após um ataque aéreo israelense ter atingido seu veículo na Cidade de Gaza, informou a imprensa israelense. Além de Jaabari, outro integrante do movimento islamita Hamas, que governa na Faixa de Gaza, também foi assassinado no que, de acordo com o relato das testemunhas, pareceu ser um "assassinato seletivo".

Palestinos tentam apagar incêndio no carro de Ahmed al-Jaabari, em Gaza
Palestinos tentam apagar incêndio no carro de Ahmed al-Jaabari, em Gaza
Foto: AFP

Segundo relatos obtidos, um projétil ar-terra disparado por um avião de combate israelense atingiu o veículo, que ficou completamente destruído, matando seus dois ocupantes na hora do impacto. Os corpos foram encaminhados para o Hospital Shifa, de Gaza. Procurado pela EFE, um porta-voz do Exército de Israel não quis confirmar, nem desmentir o ataque, se limitando a dizer que estão sendo analisadas as informações procedentes sobre o caso.

Segundo Riyad Mansour, enviado Palestino às Nações Unidas, nove pessoas morreram durante os ataques aéreos. "Estão mobilizando um grande número de forças, inclusive terrestres, com a possibilidade de entrar na Faixa de Gaza".

A morte de Ahmed Jaabari acontece poucas horas depois de Israel e milícias da faixa palestina terem entrado em acordo sobre um cessar-fogo, após uma espiral de violência, que no fim de semana passado causou a morte de seis palestinos, a maioria civis. Além disso, mais de 30 palestinos e oito israelenses feridos. A Jihad Islâmica e outras facções palestinas assumiram a responsabilidade pelo lançamento de mais de 120 foguetes contra o território israelense desde sábado passado, quatro deles já dentro do período de cessar-fogo.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, explicou nesta terça-feira que a espiral de violência em Gaza "ainda não terminou", e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, advertiu que seu país estava preparado para uma resposta contundente.

"Portas do inferno"

O braço armado do Hamas prometeu uma resposta massiva a Israel e afirmou em um comunicado que o Estado hebreu "abriu as portas do inferno". As Brigadas Ezzedine Al-Qassam declararam "carregar o luto por um de seus principais chefes, Ahmed al-Jaabari, e se comprometeram a prosseguir no caminho da resistência".

O porta-voz do governo do Hamas em Gaza, Taher al-Nunu, declarou que "Israel tinha a responsabilidade por estes crimes e por suas graves consequências". "Pedimos à comunidade internacional que detenha a matança de nosso povo, que tem o direito de se defender", acrescentou.

Ataques estratégicos

O ataque que matou o líder do Hamas marca o início de uma operação militar de Israel contra grupos armados no território palestino. "Após os disparos de foguetes nestes últimos dias contra Israel, o chefe do Estado-Maior decidiu autorizar uma operação contra organizações terroristas de Gaza, (como) o Hamas, a Jihad Islâmica e outras organizações. Este é o início", declarou a porta-voz do exército.

Em Gaza, aviões israelenses realizaram seis ou sete incursões em várias partes do território, segundo testemunhas. Outros relatos indicam que dezenas de tanques se encontravam estacionados perto da fronteira entre Israel e Gaza, do lado israelense.

No entanto, o ministério do Interior do Hamas divulgou que seis palestinos foram mortos em mais de 20 ataques aéreos do rival. Além de Ahmed Al-Jaabari e seu guarda-costas, dois outros palestinos morreram na cidade de Gaza e mais dois em Beit Lahya, no norte do território, e 25 ficaram feridos, segundo os serviços de saúde palestinos.

Em comunicado, o exército israelense informou que tinha como alvo locais de lançamento de mísseis de longo alcance (mais de 40 km) operados pelo Hamas, alegando ter infligido "um golpe significativo contra a capacidade de lançar foguetes e contra os depósitos de munições" do Hamas e de outros grupos armados.

Com informações de agências internacionais

Fonte: Terra
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