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Oriente Médio

Chefe da ONU cobra rapidez em conferência de paz para Síria

17 mai 2013 - 10h28
(atualizado às 10h33)
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Uma conferência internacional de paz para a Síria deve ser realizada o mais rapidamente possível, disse nesta sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comentando um evento que ainda não tem data marcada e parece enfrentar crescentes obstáculos.

No mesmo dia, funcionários da ONU disseram que o número de refugiados da guerra civil síria já supera 1,5 milhão, e que as condições do país se deterioram rapidamente. O conflito, iniciado há dois anos, já matou estimadas 80 mil pessoas.

Líderes ocidentais se mostram cautelosos sobre a perspectiva de uma solução negociada para o conflito, e o desejo russo de incluir o Irã no processo pode complicar as coisas, por causa da possível oposição ocidental a tal envolvimento.

Além disso, o principal grupo oposicionista sírio já havia dito que a renúncia do presidente Bashar al-Assad seria uma pré-condição para o diálogo, posição que será ou não confirmada na semana que vem.

Rússia e EUA há dois anos se colocam em posições divergentes a respeito do conflito, o que inviabiliza qualquer ação do Conselho de Segurança da ONU para resolver o impasse. Mas o crescente número de mortos e as suspeitas de atrocidades cometidas por ambas as partes beligerantes, incluindo o uso de armas químicas, levaram Moscou e Washington a concordarem sobre a necessidade de uma conferência de paz.

"Não deveríamos perder o impulso", disse Ban sobre a proposta de reunir representantes do governo sírio e da oposição. "Há uma elevada expectativa de que essa reunião seja realizada assim que possível", acrescentou o dirigente, após reunião com o chanceler russo, Sergei Lavrov.

Lavrov concordou. "Quanto antes, melhor", afirmou ele na entrevista coletiva ao lado de Ban, que se reuniria ainda nesta sexta-feira com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O chanceler disse que a Rússia considera que todos os países vizinhos à Síria, mais Irã e Arábia Saudita, deveriam participar da conferência, junto com os países que já estiveram em uma frustrada conferência de paz em junho na Suíça.

Aquela reunião terminou com a decisão de que um governo provisório deveria ser instituído na Síria, mas os EUA e a Rússia discordaram sobre se isso implicava o afastamento de Assad do poder.

Em declarações publicadas na quinta-feira, Lavrov disse que o Ocidente deseja restringir o número de participantes da conferência, o que pode pré-determinar seu resultado.

Também na quinta-feira, os EUA disseram não estar excluindo ninguém, ao passo que a França manifestou oposição à participação iraniana.

(Reportagem de Darya Korsunskaya)

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