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Oriente Médio

Chanceleres da UE e da Celac discutem relações birregionais

9 jun 2015 - 17h12
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Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) analisam nesta terça-feira, em Bruxelas, o futuro das relações birregionais, na véspera da cúpula de chefes de Estado dessas duas regiões de 61 países.

Juntas, as duas regiões somam 1,1 bilhão de habitantes e correspondem a um terço dos membros das Nações Unidas.

Com esse encontro, a UE espera "aproximar posições" e obter uma "cooperação mais estreita" em relação aos temas da agenda global - em especial na mudança climática, de olho na Conferência de Paris, no fim do ano.

A UE busca ainda reforçar o diálogo político e os vínculos comerciais com essa região de 33 países. Destes, 26 já assinaram acordos de associação com importantes capítulos comerciais.

A cúpula de quarta e quinta-feira com os presidentes de ambas as regiões será a oportunidade para Chile e México avançarem na "modernização" de seus acordos comerciais com os europeus, com a incorporação de novos setores - como o da energia, no caso do país norte-americano.

As estancadas negociações com o Mercosul também estão na agenda. Na quinta-feira, durante o "retiro" dos chefes de delegação, a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, vai-se reunir com os chanceleres dos países do Mercosul. Nesse encontro, serão definidos os passos a seguir.

Ainda não se sabe quem representará a Venezuela, depois que o presidente Nicolás Maduro desistiu de viajar para Europa. A delegação venezuelana insiste em incluir na declaração final da cúpula a rejeição aos comentários do governo americano, que classificou a Venezuela como uma "ameaça" à sua segurança.

É muito pouco provável que o parágrafo seja aceito pela parte europeia. Fontes das duas delegações, com acesso às negociações, disseram à AFP que ainda não há resposta sobre o tema.

Será feita uma referência à aproximação da Ilha com os Estados Unidos e ao diálogo que mantém com a UE para normalizar relações. O embargo dos Estados Unidos a Cuba também será lembrado. Com frequência, ambas as regiões condenam o bloqueio econômico, em vigor desde 1962.

O presidente cubano, Raúl Castro, não estará em Bruxelas. Quem lidera a delegação cubana é o vice-presidente Miguel Díaz-Canel, apoiado pelo chanceler Bruno Rodríguez e pelo vice-chanceler Abelardo Moreno.

Nesta terça, os ministros das Relações Exteriores se reúnem com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

A portas fechadas, devem discutir "o futuro das relações birregionais no âmbito dos novos desafios mundiais", relatou uma fonte diplomática europeia.

"Uma espécie de debate aberto, em que cada delegação fala de seus temas", explicou outra fonte diplomática.

As fontes consultadas pela AFP disseram que estará sobre a mesa a proposta de organizar esses encontros em nível ministerial, de maneira mais regular.

Esta será a segunda cúpula entre a Celac e a UE. O primeiro encontro aconteceu em 2013 no Chile.

Antes da reunião ministerial, Federica se reuniu com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

"Discutimos o importante potencial para ambas as regiões de um acordo entre a UE e o Mercosul e confirmei o compromisso da UE nessa negociação", disse Mogherini, em nota divulgada após o encontro.

"Expressamos a esperança de que possamos fazer avanços e esperamos as próximas reuniões à margem da cúpula UE-Celac", acrescentou.

Em entrevista à AFP, a secretaria-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcenas, considerou, nesta terça, que as duas regiões devem "ceder" em suas posições, se quiserem fechar um acordo comercial.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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