Chanceleres árabes aguardam resposta síria para plano de paz
Ministros das Relações Exteriores árabes irão estudar nesta quarta-feira a resposta da Síria à sua iniciativa para encerrar os sete meses de violência desencadeados pelo levante contra o governo do presidente Bashar al-Assad.
Na terça-feira a Síria disse ter chegado a um acordo com os representantes da Liga Árabe, mas não deu maiores detalhes. A mídia estatal afirmou que um anúncio oficial ocorrerá durante a reunião da Liga.
Diplomatas disseram que as propostas incluem a soltura imediata de prisioneiros, a retirada das forças de segurança das ruas e o início das conversações do governo com a oposição.
Uma fonte árabe, falando sob condição de anonimato, afirmou que a Síria concordou amplamente com a iniciativa, mas quer discutir o local para a realização de um diálogo nacional e o mecanismo para a Liga monitorar a situação.
"A Síria está determinada a chegar a um acordo sobre o cenário do diálogo nacional; não será um obstáculo na obtenção de um acordo hoje", disse a fonte à Reuters.
Fontes da Liga Árabe, sediada no Cairo, disseram que a Síria não emitiu resposta formal. "A posição síria é um pouco vaga. Eles querem surpreender a todos com sua reação na reunião", declarou o representante de um estado árabe.
Assad mobilizou seu exército e suas forças de segurança para sufocar os protestos inspirados pelas revoltas em outras partes do mundo árabe, e disse que estão combatendo militantes islâmicos e gangues armadas.
A ONU diz que 3 mil pessoas foram mortas nos confrontos.
Um delegado de um estado do Golfo Pérsico disse que permanece o desacordo sobre o mecanismo de monitoramente, o local do diálogo - Cairo ou Damasco - e a participação de dissidentes sírios sediados no exterior.
O jornal sírio Al Watan fez um relato semelhante.
Assad disse querer o diálogo. Seus adversários dizem que primeiro a matança tem que acabar. Analistas questionam se o líder sírio estaria disposto a deter a ação militar contra os manifestantes e opositores armados contra seu governo de 11 anos.
Ativistas afirmam que nesta quarta-feira pelo menos 11 pessoas foram mortas pelas Assad dentro e nos arredores de Homs, no centro do país.
"O regime está tentando ganhar tempo. Seu clamor por reforma e diálogo é falso e enganador. O Conselho Nacional Sírio reafirma as exigências que submeteu à Liga Árabe," declarou o organismo opositor em um comunicado.
O conselho quer que a Liga suspenda a Síria do organismo pan-árabe e garanta proteção internacional para os civis com apoio árabe.
Mas a Liga não deve chegar a tanto.
"A reunião terá como foco a discussão da reação síria ao mapa da paz árabe," declarou.
Citando diplomatas, disse ainda não ser "possível sob quaisquer circunstâncias repetir o modelo líbio na Síria.
A Otan também descartou uma intervenção militar na Síria.