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Oriente Médio

Chanceler de Israel propõe pagar para árabes deixarem o país

Avigdor Lieberman defende a revogação da nacionalidade dos árabes israelenses que não sejam suficientemente "leais" ao Estado hebreu

28 nov 2014 - 21h18
(atualizado às 22h03)
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<p>Lieberman já chegou a propor que os deputados árabes israelenses abandonassem o sistema político israelense</p>
Lieberman já chegou a propor que os deputados árabes israelenses abandonassem o sistema político israelense
Foto: Petros Karadjias / AP

O ministro israelense das Relações Exteriores, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, sugeriu que Israel ofereça "incentivos financeiros" aos árabes israelenses para que abandonem o país rumo a um futuro Estado palestino, revela um documento publicado nesta sexta-feira.

Os árabes israelenses "que decidirem por sua identidade palestina devem renunciar a sua cidadania e se tornar cidadãos de um futuro Estado palestino", diz Lieberman em um documento de seu partido, Israel Beitenu.

"O Estado de Israel deveria, inclusive, animá-los a fazê-lo via um sistema de incentivos financeiros".

Lieberman é, há algum tempo, partidário do princípio de garantir uma "separação máxima" entre judeus e árabes em Israel, assim como revogar a nacionalidade dos árabes israelenses que não sejam suficientemente "leais" ao Estado hebreu.

Em setembro, o chanceler propôs, inclusive, que os deputados árabes israelenses abandonassem o sistema político de Israel.

Os 1,7 milhão de árabes israelenses são descendentes de palestinos que permaneceram em suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948. Cristãos ou muçulmanos, eles representam 20% da população e afirmam ser tratados como cidadãos de segunda.

Um projeto de lei adotado no domingo pelo governo do premier Benjamin Netanyahu prevê alterar a atual definição de Israel como Estado "judeu e democrático" para "Estado nacional do povo judeu".

O Parlamento de Israel (Knesset) deve se pronunciar sobre a proposta, que, para alguns, institucionaliza a discriminação contra a população árabe de Israel e representa o enfraquecimento do caráter democrático do Estado hebreu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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