PUBLICIDADE

Oriente Médio

Brahimi visitará Cairo e Damasco no início de sua missão na Síria

4 set 2012 - 19h13
(atualizado às 19h35)
Compartilhar

O novo representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, anunciou nesta terça-feira que nos próximos dias visitará o Cairo e em seguida Damasco para se reunir com as autoridades sírias, dando início a sua "difícil missão" mediadora para deter o conflito no país árabe.

Brahimi comunicou seus primeiros passos como mediador durante a Assembleia Geral da ONU, onde se comprometeu a trabalhar para conseguir "uma transição que respeite as aspirações legítimas do povo sírio", por isso pediu o apoio "urgente e indispensável" do conjunto da comunidade internacional.

O novo mediador internacional para a Síria, de 78 anos e com vasta experiência diplomática no Oriente Médio, reconheceu logo após começar seu breve discurso ao plenário da ONU que enfrenta uma "missão difícil", já que a situação na Síria é "grave e piora constantemente".

"O número de mortos é assombroso, a destruição alcança proporções catastróficas e o sofrimento é imenso", disse Brahimi, que detalhou que em sua primeira escala como mediador se reunirá no Cairo com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, embora não tenha dado detalhes sobre com quem se encontrará quando chegar à Síria.

O ex-ministro argelino disse estar "querendo" chegar a Damasco "nos próximos dias", e manifestou sua intenção de visitar "todos os países que estiverem em posição de ajudar a transformar em realidade um processo de transição na Síria liderado pelos próprios sírios".

"O futuro da Síria será construído por seu povo e ninguém mais. O apoio da comunidade internacional é indispensável e urgente, e só será efetivo se todos agirem na mesma direção", disse Brahimi, que declarou perante os Estados-membros da ONU que não poupará "nenhum esforço" para "encontrar a paz para o povo sírio".

O discurso do representante no plenário da ONU aconteceu em meio ao aumento da violência no país árabe e depois que ele mesmo reconheceu publicamente que sua missão mediadora é "quase impossível" em entrevista concedida ontem à BBC.

Brahimi assumiu em 1º de setembro seu cargo em substituição a Kofi Annan, que renunciou em 2 de agosto a seu cargo de enviado especial para a Síria após denunciar que haveria falta de vontade para solucionar a situação tanto entre as partes em conflito como no seio da comunidade internacional.

O novo mediador iniciou hoje sua agenda na ONU em uma reunião com o embaixador da Alemanha perante Nações Unidas, Peter Wittig, presidente do Conselho de Segurança em setembro, e depois manteve um encontro conjunto com seu antecessor e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Na sessão da Assembleia Geral também esteve Ban, que reconheceu que a missão de Brahimi é "desalentadora, mas não perdida" e pediu o apoio unitário e efetivo" da comunidade internacional.

EFE   
Compartilhar
Publicidade