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Oriente Médio

Bombardeio mata importante dirigente rebelde sírio nos arredores de Damasco

25 dez 2015 - 16h35
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O líder do Exército do Islã, Zahran Alloush, um dos dirigentes rebeldes mais conhecidos da Síria, morreu nesta sexta-feira em um bombardeio na região de Ghouta Oriental, o principal reduto da oposição nos arredores de Damasco, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

A ONG, que citou integrantes de grande importância da organização insurgente, afirmou que Alloush morreu junto a outros cinco líderes do Exército do Islã, um deles o responsável de segurança do grupo, e outros oito milicianos durante uma reunião na região de Al March, em Ghouta Oriental.

As circunstâncias e o momento da morte de Alloush ainda são confusos. Não se sabe se o bombardeio foi realizado por aviões do regime sírio ou da Rússia. Porém, também como consequência do ataque, outras dezenas de combatentes rebeldes ficaram feridos, alguns deles em estado grave.

Segundo as fontes citadas pelo Observatório, Alloush estava reunido com outros líderes do grupo para organizar um ataque contra posições do grupo xiita libanês Hezbollah e das forças do regime.

No entanto, outras fontes disseram que o dirigente do Exército do Islã teria morrido ontem, após o lançamento de quatro foguetes, durante um encontro de líderes da organização realizado em uma região entre Saqba e Duma, em Ghouta Oriental.

O Exército do Islã, por enquanto, não confirmou a morte do líder.

Apesar da falta de confirmação oficial, o presidente da principal aliança política de oposição do país, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Khaled Joia, anunciou a morte de Alloush em sua página no Facebook e fez um pedido às facções de Ghouta Oriental para se unirem e concluírem sua missão.

Além disso, simpatizantes dos opositores publicaram no Twitter um vídeo com o suposto corpo de Alloush envolvido em uma mortalha, sendo velado por seus segudiores.

Alloush, nascido em 1971, era um dos dirigentes rebeldes mais conhecidos da Síria. Sua organização armada, que tem como base a cidade de Duma, a maior de Ghouta Oriental, era uma das mais poderosas em atividade no país.

Apesar do Exército do Islã ter lutado em várias ocasiões ao lado da Frente al Nusra - filial síria da Al Qaeda na guerra civil do país, como está fazendo atualmente nas províncias de Hama e Latakia, Alloush sempre manteve uma distância ideológica do grupo fundado por Osama bin Laden e do Estado Islâmico (EI).

Diante das visões mais radicais das duas organizações, Alloush defendia uma interpretação mais moderada do Islã.

As autoridades sírias acusam o Exército do Islã do disparo de foguetes desde Ghouta Oriental contra o centro de Damasco.

Além disso, ativistas e familiares acusavam o grupo de Alloush do sequestro da proeminente defensora dos direitos humanos Razan Zeitune, junto a três de seus companheiros, há dois anos em Duma.

Zeitune foi capturada por um grupo armado desconhecido que invadiu os escritórios de sua organização, o Centro de Documentação de Violações. Seus parentes e outros ativistas culpam Alloush pelo crime pelo fato de o Exército do Islã ser o mais poderoso de Duma e, portatnto, deveria garantir a segurança na cidade.

A morte do líder representa um duro golpe para os rebeldes em um momento no qual ambos os lados do conflito tentam avançar no terreno antes de iniciar um diálogo em janeiro.

Nas últimas semanas, os enfrentamentos se intensificaram na região de Al March, em Ghouta Oriental. Já na periferia sudoeste de Damasco, em Ghouta Ocidental, o Exército da Síria aumento o número de bombardeiros contra a localidade de Daraya.

Em paralelo, é aguardada a entrada em vigor de um acordo não anunciado oficialmente para o resgate de feridos, civis e combatentes do EI nos distritos de Al Qadam, Al Hayar, Al Asuad e do campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, ao sul de Damasco.

É um pacto inédito entre as autoridades sírias e o EI, que pacificaria uma ampla região ao sul da capital do país.

EFE   
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