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Oriente Médio

Aviação síria ataca aldeia curda e mesquita histórica é destruída

14 abr 2013 - 13h37
(atualizado às 14h43)
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A Força Aérea síria realizou um ataque sangrento contra uma aldeia curda no nordeste do país, matando pelo menos 16 pessoas, enquanto em Deraa, berço da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, soldados e rebeldes se acusam mutuamente pela destruição de parte de uma mesquita histórica.

Em Aleppo, o correspondente da televisão estatal e dois cinegrafistas foram feridos, assim como outras 15 pessoas, na explosão de um carro-bomba. Mais ao norte, o exército sírio quebrou o cerco dos rebeldes a dois campos militares.

Na província de Hassaka, que até então se manteve fora da guerra civil, um ataque da aviação matou 16 pessoas, incluindo três crianças, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Há nesta aldeia uma posição rebelde, mas não foi ela o alvo, e sim casas habitadas por civis", declarou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que se baseia em informações recebidas de ativistas e médicos civis e militares.

As regiões de maioria curda no país, cujos líderes firmaram um compromisso com o regime e os rebeldes, até recentemente tinham sido poupadas. Mas nas últimas semanas, combatentes curdos se juntaram aos rebeldes sírios em Aleppo, o que provocou a reação do regime.

Ao mesmo tempo, outro avião do exército lançou bombas em Qaboun, bairro rebelde do noroeste de Damasco, matando nove crianças, de acordo com o Observatório. Um total de 23 crianças foram mortas neste domingo em todo o país.

Na cidade de Deraa, no sul do país, regime e rebeldes se acusam mutuamente pela destruição de uma torre de pedras quadradas de uma mesquita, que remonta aos primórdios do Islã.

De acordo com os opositores do Conselho Nacional Sírio (CNS) "o regime agiu de forma bárbara, disparando com tanques de guerra contra o minarete da mesquita de Omari, um importante símbolo de espiritualidade, civilização e humanidade".

Esta mesquita, localizada no centro de Deraa, foi o ponto de partida em meados de março de 2011 de manifestações em massa em resposta à tortura cometida pelos serviços de segurança contra crianças que tinham escrito nas paredes frases em repúdio a Assad.

Mas a agência oficial de notícias SANA, citando uma autoridade anônima de Deraa, acusou a Frente al-Nusra de ter queimado a mesquita, argumentando que "os terroristas tinham fatwas (decretos religiosos) que os autorizavam atingir locais de culto se necessário". Na terminologia do regime, a palavra "terroristas" refere-se aos rebeldes.

Em Aleppo, dividida entre os rebeldes e tropas do regime, o correspondente da televisão oficial Chadi Hilweh e dois cinegrafistas ficaram feridos na explosão de um carro-bomba.

De acordo com o canal, "dois terroristas a bordo de um carro-bomba tentaram atacar um centro de inteligência. OS terroristas morreram e 18 pessoas ficaram feridas, incluindo os jornalistas".

Mais ao norte, o exército quebrou um cerco de seis meses a dois campos na província de Idleb (noroeste). "Pela primeira vez em meses, as forças do regime foram capazes de romper o cerco dos acampamentos militares de Deif Wadi Hamdiya depois que o exército tomou de volta dos rebeldes", indicou o OSDH.

Pelo menos 21 rebeldes foram mortos no ataque contra a aldeia de Babulin, acrescentou o Observatório.

O anúncio da fidelidade da Frente al-Nusra ao chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, continua a ser motivo de divergências entre os opositores.

"Nós nos opomos fortemente a qualquer ação ou declaração que vai contra a vontade do povo sírio e os objetivos da revolução. Tais iniciativas beneficiam apenas o regime de Assad e minam os progressos da revolução", indicou o maior grupo de opositores do regime na Síria.

A violência, de acordo com uma avaliação preliminar, causou a morte de 44 civis e nove rebeldes neste domingo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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