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Oriente Médio

Ataques contra sunitas no Iraque deixam ao menos 67 mortos

17 mai 2013 - 17h13
(atualizado às 17h15)
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Ao menos 67 pessoas morreram nesta sexta-feira no Iraque em ataques cometidos contra sunitas depois que os xiitas viveram dois dias violentos, o que gerou um clima de crescente tensão entre as duas comunidades.

Esses atentados suscitam temores relacionados à volta da violência religiosa, que deixou dezenas de milhares de mortos após a invasão americana de 2003.

Em Baquba, 60 km a nordeste de Bagdá, foram registrados dois atentados consecutivos contra fiéis sunitas após a oração semanal desta sexta-feira, informaram à AFP fontes policiais e médicas.

Uma primeira bomba explodiu perto da mesquita de Saria no momento em que os fiéis deixavam o local. Logo depois, um segundo artefato foi detonado e atingiu os curiosos que se aproximaram do local do primeiro ataque, informaram essas fontes.

Em outros episódios de violência, pelo menos 14 pessoas morreram e 35 ficaram feridas nas explosões de duas bombas em um bairro de maioria sunita do oeste de Bagdá, enquanto outras duas bombas mataram duas pessoas e feriram sete em outro bairro sunita no sul da capital, de acordo com fontes médicas e de segurança.

Além disso, em Madain, 25 km ao sul da capital, uma bomba explodiu durante o funeral de um sunita, deixando oito mortos e ao menos 25 feridos, de acordo com fontes médicas e dos serviços de segurança.

Na cidade sunita de Fallujah, a oeste de Bagdá, a explosão de uma bomba em um café matou duas pessoas e feriu oito, de acordo com a polícia e um médico.

Nas últimas semanas, muitos locais de culto sunitas e xiitas foram alvos de ataques, enquanto a tensão aumenta entre o governo de Nuri al-Maliki, xiita, e os sunitas, uma minoria no país.

Os atentados desta sexta-feira ocorrem após dois dias de ataques que deixaram dezenas de xiitas mortos.

Na quinta-feira, um terrorista suicida matou 12 pessoas na entrada de uma mesquita xiita em Kirkuk (norte), onde os familiares das vítimas da violência de quarta recebiam as condolências.

Em Bagdá, também na quinta-feira, vários carros-bomba explodiram em três bairros de maioria xiita e deixaram 10 mortos. Na quarta-feira, outras 21 pessoas faleceram por uma série de explosões registradas em zonas xiitas da capital.

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, considerou na quinta-feira que "o derramamento de sangue é o resultado do ódio religioso". "Estes crimes são o resultado da mentalidade sectária", acrescentou.

Desde o fim de dezembro, são registradas regularmente manifestações contra o primeiro-ministro em várias zonas de maioria sunita. Os participantes acusam as autoridades de estigmatizar sua comunidade com prisões e acusações de terrorismo injustificadas.

Diante dessas manifestações, o governo realizou várias concessões, como a libertação de prisioneiros e o aumento dos salários dos sunitas que combatem a Al-Qaeda, mas os principais temas que estão na raiz das tensões não foram solucionados.

No fim de abril, a intervenção das forças de segurança contra os manifestantes desencadeou confrontos armados. No total, 240 pessoas morreram em uma semana, a maioria em ataques e combates entre as forças de segurança e os manifestantes sunitas.

Desde o início do ano, a violência deixa mais de 200 mortos por mês, chegando ao pico de mais de 460 vítimas fatais em abril, segundo um registro da AFP, o que suscitou o temor de um retorno aos anos negros de 2006-2007. Naquela época, em média, 1.000 pessoas morriam por mês.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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