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Oriente Médio

Ataque ao Parlamento afegão deixa dois mortos

22 jun 2015 - 08h57
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Um ataque talibã deixou dois mortos, incluindo uma criança, nesta segunda-feira no Parlamento afegão em Cabul, uma ação que terminou com a morte dos sete insurgentes e que confirma a intensificação da violência insurgente no país.

Dois civis, uma mulher e uma criança, morreram no ataque, de acordo com a polícia e a ONU. O ministério da Saúde informou que 31 pessoas, incluindo cinco mulheres e uma criança, ficaram feridas.

"O ataque acabou. Eram sete criminosos: um se matou ao explodir um carro perto do edifício do Parlamento e seis foram mortos pelas forças de segurança depois que entraram em prédio próximo", disse à AFP o porta-voz do ministério do Interior, Najib Danish.

O ataque, que teve duração de duas horas, é mais uma ação da tradicional ofensiva de primavera (hemisfério norte) dos talibãs.

Todos os deputados presentes na sede do Parlamento no momento do ataque escaparam ilesos, informou o chefe de polícia de Cabul, Abdul Rahman Rahimi.

"Todos os deputados foram retirados com total segurança", disse.

Um talibã ao volante de um carro-bomba iniciou o ataque ao avançar com o veículo na entrada do Parlamento, que fica na zona oeste de Cabul.

As vítimas da ação estavam perto do edifício, segundo o ministério do Interior.

Logo após a explosão, um grupo de seis insurgentes entrou em um edifício anexo ao Parlamento, o que provocou um tiroteio com as forças de segurança, explicou Rahimi.

Os seis talibãs permaneceram entrincheirados no edifício e foram mortos pelas forças de segurança, afirmou Najib Danish.

Os talibãs reivindicaram o ataque em uma conta na rede social Twitter.

"Vários mujahedines entraram no Parlamento, há combates", escreveu um porta-voz insurgente, Zabihullah Mujahid.

A Câmara do Povo (Wolesi Jirga), câmara baixa do Parlamento, organizaria nesta segunda-feira uma audiência com Mohammed Massum Stanekzai, a pessoa indicada pelo presidente Ashraf Ghani para assumir o ministério da Defesa.

"A sessão havia começado e estávamos esperando o candidato ao cargo de ministro da Defesa", disse à AFP o deputado Mohammed Reza Khoshak.

"De repente escutamos uma forte explosão. Em poucos segundos a sala ficou tomada pela fumaça e os deputados começaram a fugir", completou.

Os talibãs iniciaram há algumas semanas a tradicional "ofensiva de primavera" em várias província e em Cabul.

Os talibãs atacam em geral a polícia e o exército, mas também locais frequentados por estrangeiros.

Em 2012, um comando insurgente tentou ocupar o Parlamento, enquanto outros atacavam sedes diplomáticas na capital afegã.

Esta é a primeira "ofensiva de primavera" sem a presença em massa de forças internacionais, que deixaram o Afeganistão após 13 anos de conflito, que começou com a invasão do Afeganistão por tropas americanas em 2001.

O governo dos Estados Unidos decidiu invadir o Afeganistão como uma resposta ao atentados de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono.

A intervenção americana derrubou o regime dos talibãs, que haviam tomado o poder em 1996.

Atualmente, apenas 12.500 soldados da Otan permanecem no Afeganistão, em uma missão de apoio às forças afegãs em sua luta contra os talibãs.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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