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Oriente Médio

Assad rejeita propostas de Annan para solucionar crise síria

13 mar 2012 - 21h49
(atualizado às 21h56)
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O presidente sírio, Bashar al-Assad, rejeitou as propostas do enviado da ONU e da Liga Árabe para Síria, Kofi Annan, segundo informaram três funcionários americanos à emissora de TV CNN nesta terça-feira.

Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, visitou a Síria no último sábado para tentar solucionar a violência
Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, visitou a Síria no último sábado para tentar solucionar a violência
Foto: AP

Mais cedo, Annan anunciou que tinha feito propostas concretas ao mandatário sírio para conter o derramamento de sangue no país e garantir um acesso seguro da ajuda humanitária às cidades onde, segundo a ONU, milhares de pessoas morreram no último ano. O enviado deve comentar a decisão de Assad em declaração em Genebra marcada para esta quarta-feira.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. Uma ONG ligada à oposição estima que pelo menos 8,5 mil pessoas já tenham morrido, número superior aos 7,5 mil calculados pela ONU.

Fonte: Terra
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