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Oriente Médio

Assad pode vencer guerra civil na Síria, diz ministro israelense

10 jun 2013 - 10h40
(atualizado às 10h53)
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O presidente da Síria, Bashar al Assad tem condições de vencer a guerra civil travada há mais de dois anos no seu país, disse o ministro israelense da Inteligência na segunda-feira. Yuval Steinitz, ministro de Assuntos Internacionais, Estratégia e Inteligência, foi questionado por jornalistas estrangeiros sobre as possibilidades de vitória de Assad na guerra civil depois dos recentes êxitos das suas forças contra os rebeldes.

"Sempre achei que poderia ser o caso de que no fim das contas Assad, com um fortíssimo apoio iraniano e do Hezbollah, poderá se sair melhor", afirmou Steinitz. "E acho que isso é possível, e acho isso já faz um bom tempo."

Embora essa avaliação tenha sido rapidamente rejeitada como uma posição oficial por outros membros do governo, ela reflete as dificuldades que Israel e países ocidentais enfrentam ao preverem o destino da Síria e decidirem se intervêm ou não no conflito.

Steinitz não participa do gabinete de segurança israelense, mas tem acesso a relatórios de inteligência e aos ouvidos do premiê Benjamin Netanyahu. Ele afirmou que o governo de Assad "pode não só sobreviver como também reconquistar territórios", mas não quis fazer comentários adicionais sobre uma possível vitória do presidente sírio, citando a política israelense de não interferir publicamente no país vizinho.

Os ministérios israelenses de Defesa e Relações Exteriores receberam com frieza as declarações do ministro. "Essa é a posição pessoal informada - ou melhor, desinformada - de Steinitz", disse um diplomata israelense, pedindo anonimato. Mark Regev, porta-voz de Netanyahu, disse que Steinitz estava falando em caráter pessoal, e que o governo de Israel não tem uma posição formal acerca das perspectivas de Assad.

Apesar de Assad ter o apoio de Irã e do Hezbollah - inimigos jurados de Israel -, o Estado judeu vê com cautela a rebelião contra o presidente sírio, protagonizada principalmente pela maioria sunita da população, inclusive com a participação de militantes islâmicos ligados à Al Qaeda. O governo israelense leva em conta também que Assad e o antecessor e pai dele, Hafez al Assad, mantiveram durante quatro décadas uma relativa estabilidade na fronteira comum aos dois países.

Fontes do governo também dizem reservadamente que pediram a governos ocidentais para que reflitam cuidadosamente antes de ajudarem os rebeldes, para evitarem a entrega de armas que acabem sendo usadas contra Israel.

EUA podem decidir enviar armas

Por outro lado, os Estados Unidos poderiam tomar uma decisão ainda nesta semana sobre a possibilidade de armar rebeldes sírios, disse uma autoridade dos EUA nesta segunda-feira. O funcionário, que falou sob condição de anonimato, disse que a questão sobre a possibilidade de armar os rebeldes está na agenda de reuniões da Casa Branca no início desta semana.

A possível decisão dos Estados Unidos de armar os rebeldes que lutam contra as forças do governo de Bashar al-Assad foi primeiro relatada pela AP, na noite de domingo. Separadamente, uma fonte do governo Obama disse que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, adiou uma viagem planejada ao Oriente Médio para participar das reuniões em Washington.

Com informações adicionais da Reuters

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