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Oriente Médio

Assad força avanços na Síria; Ocidente e Rússia trocam farpas

31 mai 2013 - 19h25
(atualizado às 20h21)
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Forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, endureceram nesta sexta-feira o cerco aos rebeldes em uma cidade estratégica, numa contraofensiva que está alterando o equilíbrio do conflito nas semanas que antecedem uma conferência de paz.

Os rebeldes disseram que conseguiram infiltrar novos combatentes na cidade de Qusair, na fronteira com o Líbano, onde estão rodeados pelo Exército de Assad e por forças da milícia libanesa Hezbollah, que agora entraram ostensivamente no conflito ao lado do governo.

A batalha coincide com uma frenética atividade diplomática em preparação à conferência de paz convocada por Estados Unidos e Rússia, que se colocam em campos opostos no conflito, mas agora concordaram em conversar sobre uma forma de encerrá-lo.

As potências esperavam acalmar a situação convocando a conferência de Genebra, mas o efeito acabou sendo o contrário. Rússia e o Ocidente estão trocando ameaças de escalar o conflito com o envio de armas às facções beligerantes.

A guerra civil, iniciada há dois anos, já matou estimadas 80 mil pessoas. O conflito acirra divisões entre xiitas e sunitas no Oriente Médio e já levou à fuga de milhões de sírios para fora do país.

Líbano e Iraque, historicamente países com tensões sectárias elevadas, já começaram a registrar incidentes violentos entre xiitas e sunitas.

Nesta sexta-feira, a Rússia sugeriu que poderia acelerar a entrega de avançados mísseis antiaéreos para Assad a fim de impedir uma intervenção ocidental. Por outro lado, Moscou também acenou com a possibilidade de suspender essa entrega, o que transforma os mísseis em uma aparente peça de barganha para as negociações de junho em Genebra.

O presidente da França, François Hollande, disse considerar inaceitável que Moscou discuta o fornecimento de armas ao governo sírio antes da conferência de paz, mas enfatizou a importância da ameaça feita por ele próprio e por aliados que cogitam dar armas aos rebeldes.

Os rebeldes fizeram importantes avanços no segundo semestre de 2012, capturando vastas áreas do país e levando governos ocidentais a declararem que os dias de Assad no poder estavam contados.

Mas a situação nas últimas semanas se inclinou favoravelmente a Assad, agora reforçado por milhares de experientes combatentes do Hezbollah, com apoio do Irã. Essas forças conseguiram expulsar os rebeldes da periferia de Damasco e praticamente cercaram os combatentes em Qusair, cidade em posição estratégica para o abastecimento tanto dos rebeldes quanto do Hezbollah.

As forças pró-Assad continuaram seu avanço, assumindo o controle da aldeia de Arjun, 6 quilômetros a noroeste de Qusair. Os rebeldes já perderam mais de dois terços de Qusair, e agora estão restritos ao centro da cidade, apenas com armas leves.

Controlando essa cidade, Assad recuperará também o domínio sobre todo o território que fica entre Damasco e o litoral, reduto da minoria alauíta, à qual pertence o presidente.

(Reportagem adicional de Thomas Grove, em Moscou)

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