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Oriente Médio

Assad exige que EUA renunciem a ameaça de ataque para entregar armas químicas

12 set 2013 - 14h13
(atualizado às 14h15)
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O presidente da Síria, Bashar al Assad, exigiu nesta quinta-feira que os Estados Unidos renunciem às ameaças como condição para entregar seu arsenal químico à comunidade internacional e denunciou que os rebeldes sírios recebem substâncias químicas do exterior.

"Isto não significa que a Síria assinará os documentos (em alusão à Convenção Internacional para a Proibição das Armas Químicas), cumprirá as condições e pronto", disse Assad em entrevista exclusiva ao canal de notícias russo "Russia 24".

"É um processo de mão dupla e que precisa que os EUA abandonem sua política de ameaça contra a Síria e da medida que será aceita a proposta russa", afirmou o presidente sírio.

Assad acrescentou: "Quando virmos que os EUA realmente desejam a estabilidade em nossa região e deixar de ameaçarem, de se empenharem em um ataque e também pararem de enviar armas para os terroristas, consideraremos que podem realizar os processos necessários (de destruição do arsenal químico) até o final".

O presidente sírio confirmou que colocará seu arsenal de armas químicas sob controle internacional "pela Rússia", país que apresentou essa iniciativa para evitar um ataque à Síria pelos Estados Unidos e seus aliados, mas somente um mês depois de assinar a Convenção Internacional para a Proibição das Armas Químicas.

"O acordo entrará em vigor um mês depois da assinatura e, então, a Síria começará a entregar os dados sobre as reservas de armas químicas. São processos padrões. E nós aderiremos a eles".

Assad explicou que remeterá em breve à ONU e à Organização para a Proibição das Armas Químicas os documentos necessários para a assinatura do acordo.

"Depois, começará o trabalho que conduzirá a assinatura da Convenção, e ela contém muitos pontos. Um deles é a proibição da produção de armas químicas e também a proibição de seu armazenamento e emprego", explicou.

Além disso, denunciou que "há países que fornecem substâncias químicas aos guerrilheiros da oposição" e que "os terroristas tentam provocar um ataque americano contra a Síria".

Rússia propôs segunda-feira à Síria que ponha suas armas sob controle internacional para serem destruídas e que assine a Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas.

"O Estado russo teve um papel importantíssimo neste processo porque nós não confiamos nem temos contato com os Estados Unidos. A Rússia é o único estado que pode levá-lo a cabo" (o plano), disse.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que a proposta russa de que a Síria coopere com a comunidade internacional só servirá se os EUA e seus aliados renunciarem ao uso de força contra Damasco.

"É difícil obrigar algum país, seja a Síria ou qualquer outro, a se desarmar de maneira unilateral se está preparando contra ele uma ação de força", disse.

EFE   
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