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Oriente Médio

Assad acusa Europa de ser responsável pela crise dos refugiados

16 set 2015 - 06h32
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O presidente da Síria, Bashar al Assad, atribuiu à Europa a responsabilidade pela crise dos refugiados, já que "apoiou, apoia e dá cobertura ao terrorismo", em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira por vários meios da imprensa da Rússia.

"A Europa é responsável, porque apoiou, apoia e dá cobertura ao terrorismo", disse o líder sírio, que acrescentou que "a Europa chama de 'moderados' os terroristas e os divide em grupos, quando, na realidade, são todos extremistas".

Assad comentou que agora a Europa tenta "apresentar o assunto como se sua culpa fosse apenas não ter disponibilizado os recursos necessários para garantir uma migração organizada, o que fez com que refugiados morressem afogados em sua tentativa de cruzar o Mediterrâneo".

"Sentimos dor por todas as vítimas inocentes, mas por acaso a vida de uma pessoa afogada no mar tem mais valor que a de uma morta na Síria? Como se pode lamentar a morte de uma criança no mar e fazer pouco caso de milhares de crianças, mulheres e idosos vítimas do terrorismo na Síria?", questionou o líder sírio.

Para Assad, isto é uma demonstração clara e "vergonhosa" de "dois pesos e duas medidas" da União Europeia.

O presidente sírio afirmou que a Europa apenas conseguirá diminuir a "avalanche" de refugiados "se deixar de apoiar os terroristas", que são a "origem do problema".

"Se os europeus estão preocupados com o destino dos refugiados, que deixem de apoiar os terroristas", insistiu Assad.

Além disso, o líder do regime fez um pedido a todos os sírios "para que se unam na luta contra o terrorismo, porque é o caminho para se conseguir os objetivos políticos que os sírios querem, através do diálogo e de um processo político".

"Se hoje perguntamos a qualquer sírio o que ele quer, sua primeira resposta será: segurança e estabilidade para todos e cada um de nós. Desta maneira, todas as forças políticas, tanto no governo como fora dele, devem se unir em torno das exigências do povo sírio", ressaltou o presidente.

Assad reiterou que sua permanência ou não no poder é um assunto que cabe ao povo da Síria, através de eleições, "e não aos Estados Unidos, ao Conselho de Segurança da ONU e à Convenção de Genebra".

"Se o povo quiser assim, o presidente continua. Caso contrário, deverá sair imediatamente. Esta é a minha posição desde o princípio", disse.

O presidente sírio negou que unidades militares iranianas estejam combatendo ao lado das forças governamentais, mas assinalou que Teerã lhe fornece armamento.

"A ajuda militar não é o que alguns meios ocidentais tentam apresentar como o envio de unidades militares iranianas à Síria. Isto não é correto. O Irã nos fornece armamento", revelou.

Assad acrescentou que, "naturalmente, existe uma troca de especialistas militares entre Síria e Irã", uma cooperação bilateral que "é incrementada em condições de guerra".

"A ajuda de Teerã foi um elemento substancial que permitiu à Síria resistir nesta complicada guerra", disse o líder sírio.

Ontem, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que Moscou seguirá apoiando o regime sírio com ajuda militar em sua luta contra grupos terroristas, como o Estado Islâmico.

O chefe do Kremlin negou que o apoio de Moscou ao regime de Assad seja a causa da crise dos refugiados e, por outro lado, ressaltou que, se estivesse apoiado Damasco, o número de deslocados seria ainda maior.

EFE   
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